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Livro defende que homem age como personagem de Shakespeare
MARCELO DIEGO
de Nova York
Um livro lançado nesta semana
nos EUA defende a tese de que todo ser humano contemporâneo se
comporta como personagem de
uma peça de William Shakespeare.
A teoria é do professor Harold
Bloom, defendida em "Shakespeare - The Invention of the Human"
("Shakespeare - A Invenção do
Homem", em tradução livre).
O livro, de 745 páginas, é uma
continuação do primeiro trabalho
de Bloom, "The Western Canon".
A proposta é provar que os sentimentos humanos são apenas cópias de situações descritas por
Shakespeare em suas peças.
"Antes de Hamlet ensinar a não
termos fé em nós mesmos, viver
era muito fácil, mas menos interessante", diz.
Otelo, Macbeth, Cleópatra,
Hamlet e outros personagens famosos do dramaturgo possuem vidas interiores tão complexas, segundo o autor, que servem de paradigma para qualquer situação.
O livro analisa as preocupações
que supostamente nortearam o
trabalho shakesperiano.
O autor diz que "Rei Lear" e
"Macbeth" foram escritos numa
época (1605-1606) em que o dramaturgo estava mais preocupado
com conflitos íntimos.
Já "Henrique 8º" (1612-1613)
mostra um Shakespeare cansado
do que ele havia inventado, dos
personagens que havia feito.
Para Harold Bloom, todos os
movimentos filosóficos dos últimos séculos, como o existencialismo ou o niilismo (crença no nada),
tiveram origem nos livros shakespearianos.
Bloom ganhou respeito no meio
literário devido ao seu passado: ele
é professor de inglês da Universidade de Nova York e de humanidades na Universidade de Yale.
É também um apaixonado pelo
trabalho do inglês Shakespeare
(1564-1616), um dos mais famosos
dramaturgos de todos os tempos.
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