OIÊ! Esses somos nós.

VOCÊ já leu sobre o prêmio na semana passada? Pois agora vai ver as fotos, que por questão de tempo não entraram na edição de sexta passada.
São os Melhores da Noite Ilustrada 99, enquanto a gente não volta para o novo ano, para a nova vida.
Então aquende que Luciano Huck entregou o prêmio (no troféu-escândalo feito por Marcelo Rosembaum, a partir de globos de espelhos em redomas de vidro) de Melhor Clube, em momento "salve, simpatia" total, falando da importância da engrenagem dos clubes para a cena. E, mais uma vez mixando high and low, Noite Ilustrada trouxe a linda Gabriela Duarte, ela mesma, a neoclubber da hora, vestida com calça jeans e bindi na testa, apresentando a categoria Melhor Festa, ganha pelo Playcenter.
A platéia, formada de top-clubbers, DJs, donos de casas noturnas, promoters, drags e aficionados, reunida naquela quarta-feira chuvosa do jogo do Corinthians, ficou passada de ver os contrastes. Como, por exemplo, o trio Alysson Gothz, Caio Wolf e Michael Love (com sua sensacional tatuagem falsa: puta love) subindo ao palco duas vezes. Uma para apresentar a categoria Melhor Estilista Jovem (que Giuliano Menegazzo ganhou) e outra para receber o prêmio de Melhor Noite Fixa (as sextas-feiras da Lôca), já que o Aníbal em si não foi.
Quem também pulou foram Veronika e Kaká Trash, vencedores nas categorias de Melhor Drag e Personalidade da Noite, mas tudo bem, porque foi o Max Fivelinha, da MTV, que por sua vez era drag dos tempos do Krawitz e se montava junto com Maria Ana e Ana Maria. E também foi a luxuosa Léo Áquila e a Marcia Pantera, que entregou essa categoria "personalité" com Alexandre Herchcovitch, e os dois se abraçaram como há muito tempo...
Quem mais? João Gordo entregou o prêmio de Melhor DJ a Marky Mark, com Adri Recchi, que por sua vez ganhou como Melhor Hostess, categoria em que concorria a Marcelona, que estava belíssima, maquiada por Kaká Moraes, apresentando a categoria Atração Internacional, que o Chemical Brothers ganhou.
Eles não foram, mas o João Marcello Bôscoli foi e entregou o prêmio de DJ revelação a Pil Marques, que agradeceu a vitória com um sumário "obrigado", bem a seu modo, como Renato Cohen.
Lá embaixo, na platéia, Léia Bastos fervia pencas, dando graça toda especial à noite, como Caio Gobbi, de "look" Gucci by Alê Tierni, dando o troféu de Melhor Boate Gay para Sergio Kalil à BASE/Diesel. Idem para Juninho (Body & Soul) e Camila, que são tudo, ontem, hoje e sempre. Grace Lesada foi fina e vestida de azul ao falar que, em 99, teve muito truque, não do povo que fica sem pagar, mas truque forte...
E assim foi 99.
Vai sentir saudade? Eu vou. E para você que acompanhou a década comigo, por meio desta coluna, esta é a última Noite Ilustrada desses dígitos.
Aqui vão os melhores votos de um ano 2000 cheio de coisas boas, que continuemos de olhos e ouvidos bem abertos para tudo de espontâneo e verdadeiro que aparecer, como essa tal cena, como a vida sob a luz estrobo que, no fim, quem diria, iria mesmo se tornar o dialeto de todo mundo, no mundo todo.
Emocionante, né? Então. Como balanço de uma geração hedonista, sem rosto, sem manifestos, temos a mostrar para o mundo o valor da amizade, dos novos modelos de família e de vida de uma comunidade alternativa, em que rótulos e estereótipos (clichê?) nem sempre são o que são. Melhor ainda quando não são. Somos sobreviventes dos 90, como sobreviveu a geração dos 60 (de que eles tanto sentem saudade), a dos 70 e a dos 80 (cada qual com seus protagonistas e algozes).
Sobrevivemos, somos marginais e heróis, a nosso modo. Aprendemos a conviver com as drogas, com a Aids, com a solidão -como diria Austin Powers.
Agora (con)vivemos com a tecnologia, com o melhor e o pior dela. E vem muito mais por aí. Como já disse o amigo Alvin Toffler, somos os "tecnorebels", que não vão desaparecer, mas se multiplicar nos anos que virão. Somos tão parte do avanço em direção a um novo estágio da civilização quanto nossas missões para o espaço, nossos computadores, nossas descobertas biológicas.
One nation, under a groove.