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Falou, 2006!
"Elite branca", "desligar o transponder", "quadrado mágico",
"fazer a Cicarelli"... O ano acaba e deixa como herança
expressões na política, economia, cultura e esporte
DA REPORTAGEM LOCAL
"Nunca antes neste país" se
ouviu falar tanto em "desligar
o transponder" e "destravar o
Brasil". O ano termina recheado de expressões e palavras criadas, reveladas ou recicladas no calor dos acontecimentos, mas que, em muitos casos, parecem ter vindo
para ficar.
É o caso -quase imbatível- de "elite branca", achado
do governador Cláudio Lembo (PFL-SP). A expressão,
que sintetiza um aspecto do
conflito social no Brasil, surpreendeu por partir de um
pefelista do qual se imaginava
uma versão light do Picolé de
Chuchu.
Algo, afinal, tinha que crescer -ainda que fosse o léxico-, em um ano de novas perdas para a classe média (veja
verbete "Isso não te pertence
mais") e de crescimento medíocre do PIB (veja "destravar
o Brasil").
Outras expressões resumem momentos importantes
do ano, mesmo aqueles que
seriam melhor esquecer. Encaixam-se aí o "quadrado mágico", da seleção, e "desligar o
transponder", que na sua
acepção estrita contribuiu para o pior desastre aéreo da
história do país.
Essa última é forte candidata a ressurgir no Carnaval de
2007, como sinônimo de
"grande lambança" ou "enfiar
o pé na jaca". Bebeu todas,
saiu destrambelhado atrás do
primeiro bloco e cortou as comunicações pelo celular com
a patroa? "Desligou o transponder."
Foi pego em flagrante delito contra as sensibilidades
mais puritanas em seguida?
Dependendo do cenário, podem acusá-lo de "fazer a Cicarelli".
Seja como for, em 2007,
"destrave" e dê um "choque
de gestão" em sua vida -já
que na economia e na política
é difícil esperar que essas expressões venham a se tornar
realidade.
(RAFAEL CARIELLO)
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