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Crítica Animação Com excesso de lições de vida, "Happy Feet 2" perde o charme do longa original CRÍTICO DA FOLHACom sua aparência felpuda, os pinguins disputam com os ursos a preferência de quem paga para ver qualquer coisa que tenha bichinhos fofinhos no elenco. A partir de "A Marcha dos Pinguins", "Happy Feet: o Pinguim" e "Tá Dando Onda", eles provaram que não querem ficar presos em cima das geladeiras; preferem aquecer as bilheterias debaixo de suas asinhas. "Happy Feet 2" segue a fórmula muito bem-sucedida do original, com as peripécias centradas em Erik, filho de Mano, o patinho feio (ops!), pinguim cantor-sapateador do primeiro filme. Ao contrário do pai, Erik não é bom de dança e isso faz dele um peixe fora d' água. Ao tentar fugir, Erik descobre que não adianta muito ser diferente. Quando uma imensa geleira se desloca e ameaça a nação pinguim, percebe que só a união faz a força. Os ameaçadores efeitos do degelo e uma brevíssima imagem de uma ave sendo salva de uma mancha de óleo resumem a um mínimo a mensagem ambiental do filme. Por outro lado, a cada dois minutos os personagens soltam frases como as dos biscoitos da sorte, dos "Minutos de Sabedoria" e das obras de Paulo Coelho. A produção esqueceu que o público paga porque quer ver mais as fofuras cantando e dançando, e não dando lições de vida. Mas as barbaridades maiores acontecem quando Erik canta e destrói com sua voz de pato a mais célebre ária da ópera "Tosca". Ou quando a pinguinzada reunida reduz a gelo moído o vibrante dueto do Queen com David Bowie em "Under Pressure". O resultado só não chega a ser desastroso por causa de Will e Bill, dois camarões que também experimentam o risco de tentar viver longe do cardume. A dupla avermelhada de olhos esbugalhados garante os momentos de visual mais maluco e impede o espectador um pouquinho exigente de preferir a hibernação. (CÁSSIO STARLING CARLOS) Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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