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Adiamento de feira de livros da USP causa apreensão

Prevista para esta semana, Festa do Livro ficou para dezembro por "logística"; segurança é questionada

Esperado desde o início do ano por alunos, evento com títulos 50% mais baratos ocorrerá após fim do ano letivo

RAQUEL COZER
DE SÃO PAULO

O repentino adiamento da 13ª Festa do Livro da USP, que começaria anteontem na FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas), causou apreensão em editores e em estudantes.

A data tinha sido confirmada na quarta-feira anterior e assim ficou até a noite de sexta, quando a Edusp, organizadora do evento, divulgou nota informando a alteração por razões de "logística".

Sem previsão de data, editores formaram uma comissão para montar a feira no CEU Butantã. No dia seguinte, a Edusp divulgou a nova data: de 14 a 16/12, agora no prédio da Escola Politécnica.

Com o adiamento, a feira ocorrerá após o fim do ano letivo, no dia 8. Embora alguns cursos devam repor aulas até depois disso, editores esperam público bem menor do que o de anos anteriores.

À Folha o coordenador de eventos da Edusp, Márcio Pelozio, disse que o adiamento resultou da constatação de que o espaço não comportaria o número de editoras -130, pouco mais do que em 2010.

Para Ricardo Musse, professor do departamento de sociologia da FFLCH, a questão é outra. "O problema logístico da feira é a segurança", diz. "Quem compõe a equipe de segurança e como ela irá se comportar? Se some um livro e a segurança chama a PM, a encrenca está armada."

Há semanas, estudantes protestam contra a presença da PM no campus, e há pouco o Ministério Público pediu abertura de inquérito sobre a ação policial na desocupação da reitoria, no início do mês.

Plinio Martins Filho, diretor-presidente da Edusp, não foi localizado para comentar.

METADE DO PREÇO

Realizada sempre no fim de novembro, a feira é o evento em que editoras mais vendem livros em São Paulo. É também aguardada desde o início do ano por alunos e outros frequentadores, já que oferece descontos de 50%.

"O faturamento nos três dias costuma ser maior do que o de um mês", diz Ivana Jinkings, sócia da Boitempo.

"Para nosso catálogo acadêmico, que não tem destaque nas livrarias, é ótimo", diz Cassiano Elek Machado, diretor editorial da Cosac Naify.

Na quarta, antes do aviso da nova data, Alameda e Boitempo puseram os livros com descontos à venda em seus sites. "Reimprimimos muita coisa só para a feira", diz Haroldo Ceravolo, da Alameda.

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