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Após ensaios 'sofridos', atriz brilha como Garland

MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DO RIO

Vindos de uma produção imensa como "Um Violinista no Telhado", com mais de 40 atores, Charles Möeller e Claudio Botelho achavam que montar "Judy Garland - O Fim do Arco-Íris", com apenas três personagens, seria relativamente fácil.

Quem dá a dimensão do engano da dupla é a protagonista, Claudia Netto. "Eu desci ao inferno, fiquei até um pouco agressiva no ensaio. E o Charles [diretor] saía tão exausto quanto eu."

As dificuldades vieram na busca pelo tom certo para encenar o texto do inglês Peter Quilter (adaptado por Botelho), que mostra Garland (1922-69) no turbulento fim de sua carreira e de sua vida.

"É uma personagem plena, e o texto permite fazer tudo que um ator pode fazer, o drama, a comédia, a tragédia, além de cantar", diz a protagonista, que entoa 11 canções de Judy em duas horas.

"Foi um processo exaustivo. Eu tinha de mexer com a emoção o tempo todo, não tinha como fazer no automático, o Charles me massacrava, me fez dar o meu sangue."

O resultado desse sacrifício é uma das montagens mais elogiadas e bem-sucedidas da atual temporada teatral carioca, que fez Netto ser indicada ao prêmio Shell de melhor atriz.

Consciente da responsabilidade de interpretar uma estrela como Garland, a atriz diz que tentou "tirar a diva" e se "fixar na personagem".

"Como você mexe com uma diva? Tentei fazer da personagem uma mulher. Foi uma estrela de cinema, uma atriz fantástica, mas sofrida, drogada desde criança, bipolar, alguém que não soube lidar com a vida."

Veterana dos palcos e dos musicais -recentemente, esteve em "Avenida Q" (2009) e "O Rei e Eu" (2010)-, Netto acredita que o papel veio no momento certo.

"Hoje eu tenho 50 anos, 31 de carreira. A gente vai conquistando experiência, cada coisa me serviu para chegar à Judy hoje. E tem a maturidade como mulher, de ter passado por milhões de coisas na minha vida a ponto de entender a alma dessa pessoa e conseguir fazê-la de uma forma verdadeira."

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