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São Paulo, cidade deserta

A decoração do ano inteiro

MARCOS DÁVILA

A cidade já ganhou fama por seus grafiteiros, que dão vida ao nosso cenário monocromático

Pouco a pouco os enfeites de Natal vão desaparecendo e podemos botar reparo na decoração do ano inteiro: os grafites. A cidade já ganhou fama por seus grafiteiros, que dão vida ao nosso cenário monocromático.

Vida e voz. Quem não se lembra da frase "o amor é importante, porra!", do artista Rafael Gentile, que se espalhou pelos muros da cidade, em 2009, e depois ganhou eco nos lambe-lambes "mais amor, por favor"?

Neste ano, o Masp voltou a dedicar uma exposição ao tema da arte urbana. A mostra "De Dentro e de Fora" acabou no último dia 23, mas o trabalho do francês Invader ainda pode ser visto em mais de 50 pontos da cidade.

São pequenos mosaicos feitos de azulejos com figuras de alienígenas, que se escondem no "mobiliário" urbano. Repare no alto do muro da esquina das ruas Augusta e Peixoto Gomide. Lá está o invasor. Se quiser acompanhar esses ETs,

há uma mapa no site do museu (www.masp.art.br).

Outra sugestão é um passeio pelo Cambuci. Na rua do Lavapés, em frente à praça Hélio Ansaldo, há um muro com vários grafites, entre eles obras dos artistas Osgemeos e Nunca. Vale a pena explorar o bairro e descobrir outras artes legais, por exemplo, na rua Eulália Assunção.

Com menos carros (e fumaça) na rua, também é possível fazer um rolê de skate ou a pé pelo 1º Museu Aberto de Arte Urbana de São Paulo. Esse é o nome pomposo para as pilastras do metrô na avenida Cruzeiro do Sul (na zona norte). A dica é começar na estação Santana do metrô (na saída da rua Leite de Morais) e terminar na estação Tietê.

São 68 painéis de artistas como Zezão, Ana K, Feik, Crânio etc.

As técnicas usadas são tão variadas quanto os temas, que vão da abstração total, passando por motivos surrealistas e imagens bem urbanas, como repressão policial e acidentes de trânsito.

No número 2.748, a lanchonete Pinguizinho é uma sugestão de parada (a caminhada é longa!). Se for voltar pra casa de metrô, no sentido Jabaquara, olhe para a direita antes de chegar na estação Armênia: os famosos "flops" azuis do Zezão estão nas margens do rio Tietê.

Entretanto, lembre-se que a arte urbana é efêmera por natureza. O que está ali hoje pode não estar amanhã. Infelizmente, o que parece nunca sair do cenário são os moradores de rua dormindo no chão. Em pleno Museu Aberto...

MARCOS DÁVILA, vulgo Peri Pane, acredita que o amor é importante, porra!

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