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Artista sopra sobre estêncil para obter imagens em tela

KARLA MONTEIRO DE SÃO PAULO

O artista plástico carioca Fernando De La Rocque, 34, fuma maconha em nome da arte. Há sete anos ele vem trabalhando na série "Blow Job "" Trabalho de Sopro".

A técnica é relativamente simples: enrolar um baseado, acender, sorver a fumaça e soltá-la sobre estêncil em uma tela de papel de algodão em branco. A primeira imagem que Fernando pintou foi o retrato do ator Arnold Schwarzenegger, da fotógrafa Annie Leibovitz.

"Ele era governador da Califórnia e estava rolando o movimento de legalização por lá. Peguei a imagem, em que ele faz muque para a câmera da Leibovitz, pintei e chamei o trabalho de Bagulho Forte'", diz De La Rocque.

Representado pela galeria Artur Fidalgo, do Rio, ele já completou uma série de 12 retratos com a fumaça, entre eles um autorretrato. Consome uma média de 10 a 20 gramas de maconha por trabalho.

"Percebi que podia dar tonalidades diferentes dependendo da distância do sopro", comenta. "Cheguei a passar uma temporada em Amsterdã, elaborando uma escala de cores. Há um diferença sutil de tonalidade dependendo da espécie."

Na capital holandesa há locais onde o consumo de maconha é permitido, os "coffee shops", que contam com um cardápio variado.

Fernando, que pintava cascos de baratas vivas com spray dourado na série "Barata de Ouro", diz que usar a maconha na arte não é um ato de protesto. "Fumo desde os 15 anos. Percebi na fumaça uma carga densa, amarelada, que podia usar no trabalho", diz. "Não é ativismo. É da minha natureza experimentar."


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