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Crítica artes plásticas

Livro é essencial para entender a produção brasileira do século 20

MARA GAMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Ser o mais abrangente compêndio de design gráfico sobre o país já faz do livro de Chico Homem de Melo e Elaine Ramos um trabalho essencial para quem se interessa pela cultura visual brasileira.

Mas, sobre uma pesquisa extensiva -cujos detalhes estão no capítulo "Crônica do Processo de Trabalho"-, houve uma seleção criteriosa nas qualidades expressivas de cada peça, aberta à contaminação dos contextos técnicos e históricos.

Como resultado, o livro, pensado inicialmente como apêndice da prestigiosa "História do Design Gráfico", de Philip Meggs e Alston Purvis, tem mais vocação para atingir o público não especializado do que o seu modelo original, tanto pela abordagem cultural como pelos textos analíticos, concisos e leves.

Revistas, livros, jornais, cartazes, capas de disco, sinais, selos e cédulas foram os grandes grupos de peças escolhidas para contar a história da criação gráfica no país a partir da vinda da família real portuguesa e a consequente autorização para impressão local, em 1808.

Incluir a produção anterior à difusão do conceito de design -que se dá nos anos 1950 e 1960- sinaliza uma perspectiva aberta. A mesma adotada por Rafael Cardoso em "O Design Brasileiro Antes do Design - 1870 - 1960", publicado em 2005, também pela Cosac Naify.

CAPAS SATÍRICAS

As 1.500 peças que figuram nesta "Linha do Tempo" são apresentadas com autor, datação e análise da composição. Dez capítulos panorâmicos exploram a produção de cada período histórico.

Para o público em geral, "Linha do Tempo do Design Gráfico no Brasil" é um saboroso passeio pelos repertórios de várias gerações. Estão ali desde as capas satíricas de Angelo Agostini para o jornal "Don Quixote", ainda no século 19, os memoráveis periódicos "O Malho", "A Maçã", "Para Todos", "O Cruzeiro", e trabalhos de ilustradores como J. Carlos, K. Lixto, Paim, Belmonte, Di Cavalcanti.

Há desde marcas e logotipos dos anos 60, 70 e 80, de Aloisio Magalhães, Alexandre Wollner e Cauduro e Martino, até famílias de tipos dos anos 1990, como a "Quadrada", de Priscila Farias, e a "Piercing", de Julio Dui.

Para quem quer estudar o tema, Chico Homem de Melo aponta lacunas de informação que sugerem bons temas de pesquisa.

LINHA DO TEMPO DO DESIGN GRÁFICO NO BRASIL
ORGANIZAÇÃO Chico Homem de Melo e Elaine Ramos
EDITORA Cosac Naify
QUANTO R$ 198 (744 págs.)
AVALIAÇÃO ótimo

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