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MAC: a missão

Museu será aberto hoje no antigo Detran sem seu acervo e ocupando só o térreo do prédio

Daigo Oliva/Folhapress
Fachada do MAC-USP
Fachada do MAC-USP

SILAS MARTÍ
DE SÃO PAULO

Quando for oficializada hoje a transferência do antigo complexo do Detran para o Museu de Arte Contemporânea da USP, acaba uma novela que se arrasta por quase três anos. E começa outra.

Embora a Secretaria de Estado da Cultura, que gastou R$ 76 milhões na reforma do prédio, quisesse uma grande abertura, com o museu todo funcionando, a inauguração do MAC na manhã de hoje será um ato de caráter político.

Só o térreo do prédio principal será acessível ao público, com uma mostra de 17 esculturas de um acervo de 10 mil obras, uma das coleções de arte moderna mais importantes do hemisfério Sul.

Agora, a batalha será ocupar um espaço dez vezes maior que a sede do museu na Cidade Universitária e preparar todos os andares para que o complexo tome logo ares de um grande museu.

Falta aplainar o terreno vizinho para criar cerca de 300 vagas de estacionamento, licitar a ocupação de espaços no térreo, como loja e café, e transformar a cobertura em restaurante com vista para o parque Ibirapuera.

São todas responsabilidades da Universidade de São Paulo, que a partir de hoje tem a posse dos edifícios e espera deixar tudo pronto num prazo de seis meses. Mas o governo do Estado não deixou passar em branco o fato de ter reformado tudo e colou adesivos com o brasão paulista nas janelas do térreo.

Pré-candidato à prefeitura paulistana pelo PSDB, o atual secretário estadual da Cultura, Andrea Matarazzo, sobrinho do homem que doou toda a coleção do MAC, fará questão de oficializar hoje a entrega do imóvel à USP e tem até um texto impresso na parede do primeiro piso.

Está lá ao lado do discurso do reitor da USP, João Grandino Rodas, que até novembro resistiu à implantação do MAC ali por se opor à construção de um clube no terreno vizinho e discordar de que a universidade bancasse toda a operação do museu.

Grandino Rodas agora promete um orçamento anual de R$ 14 milhões para o MAC e pretende fazer dele uma vitrine. "Dois fatores fazem prever afluxo crescente de público: o acervo do museu e a localização em um prédio digno de visita", diz o reitor.

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