Crítica Filme Na TV
Em seu 'Batman', Tim Burton não leva as HQs muito a sério
Contemporâneo é uma palavra ambígua. Até há pouco podia-se dizer que o cinema contemporâneo era o decorrente do "blockbuster" surgido no fim dos anos 70.
Desde o 11 de Setembro, há um novo contemporâneo, em que predominam animações ou super-heróis.
Não que antes eles não existissem. Em 1989, Tim Burton dirigiu um "Batman" (12 anos, FX, 16h15) que não se empenha em, primeiro, levar muito a sério as coisas (a HQ inclusive).
Coringa, na pele de Jack Nicholson, é o criminoso disposto a tomar Gotham City, é verdade, mas não deixará de lado um gesto de humor por isso. Já nosso herói é um tanto insípido (como Michael Keaton), mais insípido ainda perto da sensual Vicki Vale (Kim Basinger).
Certa infantilização da história funciona mais como crítica ao gênero super-herói, um pouco de descrédito na indústria cultural: isso já não é mais contemporâneo.