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Crítica

'Assédio' mostra reflexão sobre os costumes recentes do desejo

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Um filme como "Assédio" (Futura, 0h45, 14 anos), quando realizado por um cineasta como o italiano Bernardo Bertolucci, não pode ser senão uma proposta de reflexão sobre costumes razoavelmente recentes referentes ao desejo.

Aqui temos uma moça africana. Seu marido é um perseguido político e ela se encontra em situação de exílio na Europa.

Ela trabalha para um músico inglês que se sente tremendamente atraído por ela.

Eis a questão: hoje em dia julga-se o desejo.

Parte-se do pressuposto de que a natureza humana é má e deve ser controlada por leis rigorosas.

Porém a questão permanece: como julgar o desejo sem extirpá-lo?

Se o desejo é anárquico, como se resolve essa questão?

Reprimindo-o, chegaremos à reprodução de proveta.

Liberando-o, restabelecem-se certos maus-tratos de que sobretudo mulheres eram vítimas. Eis o dilema que "Assédio" encara.

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