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Homens brancos e idosos estão no comando da votação do Oscar

Pesquisa do 'Los Angeles Times' revelou perfil dos responsáveis pelas escolhas da Academia

Em desacordo com a maioria, nomes como Vin Diesel, Jet Li, Erik Estrada e Rooney Mara também estão na lista

Jonathan Alcorn - 1.fev.12/Reuters
Auditores conferem cédulas da votação do Oscar para enviá-las a membros da Academia
Auditores conferem cédulas da votação do Oscar para enviá-las a membros da Academia

FERNANDA EZABELLA
DE LOS ANGELES

Está fácil adivinhar o principal ganhador do Oscar da noite de hoje. Difícil mesmo é descobrir quem são os votantes da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.

Woody Allen e George Lucas, por exemplo, não fazem parte do time. A lista dos 5.765 membros da Academia é guardada a sete chaves.

Mas uma pesquisa do jornal "Los Angeles Times" revelou diversos nomes e um perfil detalhado do grupo, dando mais munição à antiga tese de que a maioria é branca (94%), homem (77%) e tem mais de 60 anos (54%).

"Os integrantes da Academia são a nata da indústria cinematográfica", diz Pete Hammond, especialista em Oscar e colunista do site "Deadline Hollywood".

Vin Diesel, Jet Li e Erik Estrada (aquele de "Chips") são alguns do clube exclusivo do Oscar, assim como Rooney Mara, convidada em 2011 após duas pontas no cinema.

"Às vezes você coça a cabeça e se pergunta: 'Como ele conseguiu entrar?'", disse ao jornal Sid Ganis, ex-presidente da Academia.

A composição do quadro da associação pode ajudar a entender por que levou mais de 80 anos para uma mulher ganhar melhor direção (Kathryn Bigelow, de "Guerra ao Terror", em 2009) ou o porquê de um filme mudo e preto e branco ser o favorito ao prêmio principal.

"Faz sentido que pessoas que conhecem a história do cinema, que nasceram com filmes mudos, respondam melhor a 'O Artista'", disse à Folha Scott Feinberg, especialista em prêmios do site "The Hollywood Reporter". "Mas muitos jovens assistem ao filme por conta do Oscar e gostam da experiência."

O favoritismo de "O Artista" é tanto que será uma das maiores derrotas do Oscar caso perca, segundo Feinberg e Hammond, como quando "O Segredo de Brokeback Mountain" perdeu o Oscar principal para "Crash - No Limite", apesar de ter levado melhor direção.

"'Os Descendentes' ganhou força e mais bilheteria. Poderia ser uma surpresa. Mas eu não contaria com isto", avaliou Hammond.

Para o crítico da "THR", este será o Oscar do silêncio.

"Não apenas por causa de 'O Artista' mas também por causa de várias outras performances bem silenciosas, contidas", disse Feinberg. "Veja o personagem de Max von Sydow ['Tão Forte e Tão Perto'], não diz uma palavra. Viola Davis ['Histórias Cruzadas'] também fala pouco, assim como Glenn Close ['Albert Nobbs'], Rooney Mara ['Millenium'] e Jonah Hill ['O Homem que Mudou o Jogo']."

Ele acredita que ainda há espaço para surpresas nestas categorias.

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