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Crítica Drama Finlandês é fiel ao cinema político, mas não abre mão do afeto PEDRO BUTCHERCOLABORAÇÃO PARA A FOLHA Em "O Porto", o diretor finlandês Aki Kaurismäki abandona sua habitual Helsinque e aponta a câmera para a cidade francesa de Le Havre. Lá, procurou uma improvável alquimia entre seu estilo nórdico e o temperamento latino dos personagens. Mas a mudança é apenas superficial. Como Helsinque, Le Havre é uma cidade portuária, muito semelhante à capital finlandesa. E a aparente frieza do estilo de Kaurismäki (câmera austera, interpretações distanciadas) sempre foi carregada de afeto. O diretor convocou uma trupe de atores que se adaptou perfeitamente ao seu estilo, com destaque para André Wilms, que faz Marcel Marx, homem que sobrevive engraxando sapatos, e Jean-Pierre Darroussin, como o inspetor da polícia. Marx ajuda uma criança africana, encontrada junto a um grupo de imigrantes ilegais, a se esconder. O diferencial de "O Porto" é seu olhar apurado sobre determinados aspectos da cultura francesa, à margem da trama principal. São conversas no fundo de cena e pequenos momentos que demonstram uma paixão crítica sobre o que é "ser francês". Ao mesmo tempo, ao abordar o problema da imigração e da complexa relação da França com a África, Kaurismäki se mantém fiel a um cinema político -mas sem abrir mão do afeto. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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