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Crítica Drama Diretora parece mais interessada em figurinos do que nas emoções CRÍTICO DA FOLHAComo cantora, a principal virtude de Madonna sempre foi traduzir o que seu público queria em canções fáceis, diretas, pegajosas. Música pop em sua quintessência. Mas, como atriz e diretora, parece ter o projeto oposto: fazer arte com "A" maiúsculo em filmes com pompa e circunstância, que vão de "Evita" (1996) até o novo "W.E. - O Romance do Século". Ao receber o Globo de Ouro de melhor canção original pelo filme, Madonna deu uma clara demonstração desse desejo ao citar nada menos que Visconti, Pasolini, Antonioni, Godard e Truffaut. Por "W.E.", fica muito difícil discernir como eles teriam inspirado Madonna. Porque, diferentemente deles, ela permanece sempre na superfície do universo que retrata. A premissa poderia ser interessante. De um lado, o histórico romance entre o rei britânico Eduardo 8º (James D'Arcy) e a americana divorciada Wallis Simpson (Andrea Riseborough). Ele abdica do trono para se casar e é substituído pelo irmão gago (episódio que inspirou "O Discurso do Rei"). Do outro lado, a história de amor entre Wally (Abbie Cornish), mulher casada e fascinada pela figura de Wallis Simpson, e o segurança russo Evgeni (Oscar Isaac), na Nova York do presente. Mas o paralelo criado por Madonna entre as duas histórias é tão óbvio quanto as iniciais repetidas dos amantes. E as transições entre passado e presente são sempre clichês visuais. Um exemplo: Wally observa, numa exposição, uma xícara usada por Wallis; corta para Wallis tomando chá na xícara. Madonna parece mais interessada nos cenários e figurinos do que nas emoções dos personagens -o que faz sentido para uma "material girl", mas não para uma suposta discípula de Pasolini e de Godard. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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