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Gianecchini volta ao teatro para a reestreia de "Cruel" Após vencer batalha contra câncer, o ator retorna aos palcos na terça-feira "Estou em casa", diz Reynaldo Gianecchini, que vive vilão em peça; ele começa a gravar novela em junho GABRIELA MELLÃOCOLABORAÇÃO PARA A FOLHA Depois de vencer batalha contra o câncer, Reynaldo Gianecchini retoma suas atividades profissionais. Na terça-feira, o ator reestreia no palco do Teatro Faap "Cruel", versão de "Os Credores", de August Strindberg, criada e dirigida por Elias Andreato. Em julho do ano passado, quando o ator foi diagnosticado com um linfoma raro, o espetáculo teve sua temporada cancelada. Após hiato de oito meses, a tragédia moderna, escrita em 1889 pelo autor sueco cujo centenário de morte acontece este ano, ganha ares de celebração. "Acredito que a cada dia vencemos alguma coisa, nos superamos. Retomar 'Cruel' significa dar continuidade a um sonho planejado há algum tempo, entre amigos", diz Gianecchini à Folha. "Se o retorno de Giane aos palcos é emocionante para todos nós, imagine para ele. É um momento de festa, de comemoração", completa Elias Andreato. Gianecchini confessa achar estranho interpretar o vilão de "Cruel" justamente nessa fase de vida que define como um renascimento. Gustavo, seu personagem, foi traído e abandonado pela esposa (Teka, interpretada por Maria Manoella). Ele retorna ao antigo lar para vingar sua dor. Manipula Adolfo (Erik Marmo), o atual marido de Teka, envenenando-o de ciúme. Para Andreato, a experiência de voltar à cena é importante. "O teatro tem poder de cura", acredita ele. "Quando você está frágil, é o último lugar onde quer estar. É preciso muita energia para se expor num palco. Por isso mesmo, o teatro realimenta. Criar e produzir fortalece." Segundo o diretor, energia é algo que não está faltando em Gianecchini. Andreato afirma que a recomendação era que o ator começasse devagar, com apenas uma apresentação por semana, mas não teve jeito. "Ele está empolgado, quis fazer duas sessões, como fizemos quando estreamos." E também quer viajar com a peça. "Eu já era fã de Giane. Ele é determinado, talentoso e generoso. Fiquei ainda mais quando vi o modo com que ele lidou com a doença". GUERRA DOS SEXOS Em junho, o ator retoma suas atividades televisivas. Inicia as gravações de sua próxima novela na Globo, o remake de "Guerra dos Sexos", sucesso dos anos 1980 escrito por Silvio de Abreu. Os ensaios de "Cruel" começaram na segunda-feira passada. Segundo Andreato, o trabalho árduo já foi feito quando da estreia da peça. "Só tivemos que retomar, reaquecer", diz. "Cruel" volta exatamente como estreou. O cenário e os figurinos de Fábio Namatame, a iluminação de Wagner Freire, o elenco e a equipe técnica da peça se mantêm. A única mudança se dá no visual do personagem de Gianecchini, que ressurge careca. "Mas os olhos, o sorriso e a energia são os mesmos", enfatiza Andreato. "Estou em casa", conclui Gianecchini.
CRUEL |
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