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Crítica Erudito Narração sóbria dá à música seu lugar, em bela encenação JOÃO BATISTA NATALICOLABORAÇÃO PARA A FOLHA "Pedro e o Lobo" é uma fábula musical infantil, mas traz uma inevitável complexidade sonora, em se tratando de Prokofiev, e imenso leque de opções cênicas, que tornam trabalhoso construir um grande espetáculo. Pois é plenamente o caso da produção regida pelo maestro Carlos Moreno, dirigida por Muriel Matalon e narrada por Giulia Gam. A parte orquestral, interpretada por 23 músicos, é relativamente curta. Seus fragmentos, somados, dão menos de 15 minutos. A tendência predominante consiste em rechear o roteiro com falas ou esticar de modo redundante a ação dos personagens. Não é o caso. "Pedro e o Lobo" tem um histórico discográfico com narradores de peso, como os atores Patrick Stewart ou Sean Connery, o maestro Leonard Bernstein, ou, no Brasil, gravações já muito antigas de Rita Lee e Roberto Carlos. Aqui, o mérito da diretora cênica reside em ter concebido uma produção econômica, de 35 minutos. Giulia Gam tem o monopólio da palavra, no texto adaptado por Mariana Veríssimo, e não simula ser Pedro nem imita as vozes do gato, do avô ou do pato. Ela é a âncora, e o faz com competência e altivez. Marco Lima, também assistente de direção, concebeu os belíssimos bonecos que percorrem a cena, manipulados por uma equipe que não se cobre de preto ou se camufla com efeitos de iluminação. O grupo faz parte do enredo, ao demonstrar, por exemplo, que a importância de Pedro faz dele o único a exigir três manipuladores. Há, por fim, o grande trabalho do maestro Moreno e dos instrumentistas que representam os personagens: a flautista Mônica Camargo, para o pássaro, a oboísta Gizele Sales, para o pato, o clarinetista João Francisco Correia, para o gato, três trompas para o lobo e, sobretudo, as cordas, lideradas por Constança de Almeida Prado Moreno, no papel de Pedro. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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