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Opinião Fórmula cansada após várias fases não é garantia de êxito no Brasil THALES DE MENEZESDE SÃO PAULO Vanguarda do humor televisivo nos anos 1970, sintonizado com adolescentes na década de 90 e revelador de talentos cômicos a qualquer época, "Saturday Night Live" não é mais tão relevante. Nesta temporada, suas piadas até repercutem mais nas redes sociais do que nos anos anteriores, mas é um fenômeno que se repete nos meses que antecedem as eleições presidenciais americanas. Para fãs brasileiros, que caçam o programa no YouTube e na TV a cabo (1h de domingo, na Sony), fica difícil rir. As referências à corrida eleitoral são indecifráveis. Não foi sempre assim. Desde o começo, a política apareceu -por exemplo, nas imitações de Richard Nixon e Henry Kissinger feitas por Dan Aykroyd e John Belushi. Mas o programa tinha também apresentador convidado, música, "stand-up", personagens próprios, humor pastelão e teatro do absurdo. No mundo pós-MTV, virou atração jovem, com a dupla Wayne's World e as imitações pop de Adam Sandler. George W. Bush na Casa Branca foi um alvo tão fácil para brincadeiras que a sátira política voltou forte e passou a dar o tom do programa, mas dá sinais de cansaço. Importar para o Brasil uma fórmula retrabalhada há 37 anos não é garantia de nada. Suas características foram disseminadas por aqui há tempos, como o rodízio de atores no "TV Pirata", as sátiras de novela no "Casseta" e o noticiário cínico no "Furo MTV". Lá, sempre foi um produto coletivo e tirou disso sua força para se renovar. Aqui, o foco é Rafinha Bastos. Não deverá chegar perto do original. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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