Crítica Seriados

"Louco por Elas" acerta o tom seguindo receita americana

A comédia de situação na TV, que os americanos chamam de "sitcom", não é exatamente um ponto forte na produção brasileira. Enquanto as novelas alcançam às vezes alto padrão, as séries semanais derrapam fácil.

É justamente por não procurar um "caminho brasileiro" para o gênero que "Louco por Elas", recém-lançada na grade da Globo, parece destinada a fincar seu lugar na emissora.

Se fosse dublado em inglês, o elenco liderado por Eduardo Moscovis poderia passar tranquilamente por uma amalucada família californiana, provavelmente morando pertinho da turma de "Two and a Half Men".

Não que parecer americano seja algo digno de elogio. A questão é que "Louco por Elas", escrita e dirigida por João Falcão, manda bem dentro do formato consagrado nos Estados Unidos.

Moscovis interpreta Léo, técnico de um time de futebol feminino que conta com

Bárbara (Luisa Arraes), sua ex-enteada. Ele é separado de Giovana (Deborah Secco), com quem teve a pequena Theodora (Laura Barreto).

Léo mora com as duas meninas e com sua avó, Violeta (Glória Menezes). Ainda tem fé numa reconciliação com Giovana, mas está aberto a novas mulheres em sua vida.

Os tipos cômicos são bem definidos: a senil Violeta solta pérolas filosóficas, a insegura Giovana tem caso com seu chefe, a adolescente Bárbara tem relação de amor e ódio com o ex-padrasto e a metida a intelectual Theodora é a mais madura da turma.

Mas a série não depende da empatia do público com seus personagens. O humor vem das situações criadas a partir de mal-entendidos e da revelação de mentiras ou segredos comprometedores. Ou seja, a definição do que é a comédia de situação.

Entre Molière e "Friends", mas despretensiosa, "Louco por Elas" veio para se juntar a "Tapas & Beijos" na ala das melhores entre as recentes séries globais. (thales de menezes)