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Prefeitura cancela quinto Festival de Cinema de Paulínia

José Pavan Júnior, do PSB, diz que os R$ 10 milhões do evento serão destinados a trabalhos sociais na cidade

Em mau momento, polo deixa de formar profissionais e engaveta projeto de estúdio de animação

ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
LÚCIA VALENTIM RODRIGUES
MATHEUS MAGENTA
DE SÃO PAULO

A Prefeitura de Paulínia (SP) cancelou a quinta edição de seu festival de cinema. O anúncio foi feito ontem pelo prefeito José Pavan Júnior.

Em 2008, o festival estreou numa cidade que, ainda sem cinema, construiu um colossal Theatro Municipal para abrigar o evento. De lá para cá, o município premiou nomes como Cláudio Assis e José Mojica Marins. A meta era virar uma Hollywood brasileira, com a "mesada" do rico polo petroquímico local.

Segundo Pavan, os R$ 10 milhões destinados ao evento servirão agora para "priorizar o trabalho social" na cidade (a 117 km de São Paulo).

Ele afirma que o festival não acabou, foi apenas "suspenso", e que o município continuará a investir em produções cinematográficas.

Desde 2010, Paulínia não abre um edital para fomentar novas produções. De lá já saíram longas como "O Palhaço", dirigido por Selton Mello.

"A Cadeira do Pai", com Wagner Moura, foi o mais recente da leva a ficar pronto. Seu diretor, Luciano Moura, não se surpreendeu com o cancelamento. "Tem muita história política. Um prefeito inventou, o outro assumiu..."

Ele se refere à passagem de bastão do ex-prefeito Edson Moura (PMDB) para Pavan (ex-DEM e atual PSB), que teria provocado uma ruptura.

A Folha apurou que o estúdio de animação, que era uma das bandeiras de Moura, nunca foi inaugurado. A escola destinada a formar profissionais, como assistentes de direção e diretores de fotografia, foi esvaziada, concedendo agora apenas workshops de curta duração.

O ex-curador e consultor Rubens Ewald Filho cita uma tentativa de "matar Paulínia". "Em agosto, cancelaram meu contrato com a desculpa de que iriam renová-lo depois. É mau sinal, não?"

À imprensa o prefeito disse que "as medidas foram necessárias para a economia do município, uma vez que, a partir deste ano, o festival deveria ser 100% patrocinado por empresas privadas".

A prefeitura não confirma os rumores sobre a saída do evento musical SWU do município. A produção do festival diz que não vai se pronunciar sobre "especulações".

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