Irregular e sem peso, Coachella fica devendo grandes espetáculos

No ano em que pela primeira vez é realizado em dois finais de semana, faturando o dobro com a grade de shows repetida nas duas etapas, faltou peso ao Coachella.

Maior festival americano de música, com mais de 150 atrações, o evento montado na cidade de Indio, à beira do deserto da Califórnia, ficou devendo em matéria de shows inesquecíveis.

No sábado, o Radiohead trouxe essa sensação. Algo comum nas apresentações dessa ousadia musical nada convencional liderada por Thom Yorke, desta vez de cabelos longos e presos.

O badalado duo Black Keys fez um show apenas correto para fechar a sexta. Alguns culparam o frio e a chuva (pela primeira vez na história do evento), mas a dupla não engrenou mesmo.

E domingo, no encerramento, os rappers Dr. Dre e Snoop Dogg, com apoio de Eminem, empolgaram apenas os fãs do gênero, que não deram as caras nos outros dias do festival.

Sobrou competência a nomes grandes, mas não o bastante para comandar a escalação, como Noel Gallagher, Weeknd, Bon Iver, Feist, Arctic Monkeys e At the Drive-In.

O Coachella construiu sua grade com muitas bandas novatas. O resultado é irregular, mas foi um garimpo agradável, de palco em palco, para conhecer nomes promissores.

Passaram no teste Fitz and the Tantruns e Awolnation, bem dançantes, e os mais roqueiros Big Pink e Wild Flag.

Mas o Coachella 2012 fica como um grande ressuscitador de bandas, principalmente de nomes ingleses há tempos fora do circuito, como James, Squeeze, Pulp, Madness e Buzzcocks, os dois últimos com formações sessentonas.

Na segunda dose, no próximo fim de semana, o sol vai colaborar. Mais uma chance para veteranos e novatos chamarem a atenção.