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Máquina de produzir best-seller, Sparks vira 'grife' em Hollywood

Com "Um Homem de Sorte", escritor se firma como "expert" em livros açucarados destinados ao cinema

Diretor de longa, que estreia no dia 4/5 no Brasil, diz que críticos relutam "em se deixar levar pela emoção"

ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
ENVIADA ESPECIAL A LOS ANGELES

Com "Um Homem de Sorte", mais recente adaptação de uma obra de Nicholas Sparks para o cinema, uma coisa fica certa: máquina de produzir best-sellers, o autor norte-americano de 46 anos é especialista em fazer você chorar.

De emoção, se o leitor tem uma queda por romances açucarados, daqueles com o casal certinho à procura de um "felizes para sempre" para chamar de seu. Ou de raiva, caso da ala pouco chegada a tramas lacrimogêneos e paixões cândidas.

Fato é que Sparks, um "bom cristão" e "pai de família" que já foi representante farmacêutico, vendeu 80 milhões de livros (dois milhões por aqui, segundo sua nova editora, Sextante), dentre os quais os recordistas "Diário de uma Paixão" (no mundo) e "Querido John" (Brasil). Sete já migraram para as telas.

A mais recente adaptação, "Um Homem de Sorte", estreia no dia 4 de maio e pega de raspão o estresse pós-traumático de jovens que voltam da guerra. Vizinho de militares na Carolina do Norte, Sparks tem esta certeza: "Todos voltam mudados".

A produção traz o ídolo teen Zac Efron (de "High School Musical") na pele de um soldado que encontra, durante o conflito do Iraque, a foto de uma mulher. De volta aos EUA, decide ir atrás dela, embora não tenha nenhuma referência de quem possa ser -nada que almas gêmeas não possam superar, é claro.

UM HOMEM DE GRIFE

A filmografia baseada em suas obras costuma se sair melhor nas bilheterias do que em termos de críticas. Com o otimismo de quem parece sempre andar com o polegar levantado, Sparks diz à Folha ter consciência de que virou "grife". "Você sabe o que vai encontrar se for ver este filme: 'Ei, é um Nicholas!'"

E o que o espectador ganha com um "Nicholas"? "Você gosta dos dois personagens. Torce por eles. Quer ser entretido, sentir essas emoções maravilhosas", afirma.

O diretor Scott Hicks (de "Shine - Brilhante") é mais direto. "Este não é o tipo de filme que vai ser recebido amigavelmente pela crítica. Muitos relutam em se deixar envolver pela emoção. Perdem essa parte do filme. Então por que se incomodar?"

Sparks acredita que filmes românticos "são difíceis de fazer", por causa dos roteiros que nem sempre acertam o tom. Parece ter descoberto por que Hollywood corre tanto atrás dele. Diz retratar "personagens reais", mesmo sem pôr seus mocinhos para sujar as mãos. Com ele há sempre garantia de final moralizante -ainda que nem feliz.

É o que nos reserva seu novo romance, "O Melhor de Mim": ex-presidiário (seu crime foi acidental) e filho de marginais, o protagonista é tão virtuoso quanto o mais condecorado escoteiro.

Um legítimo "Nicholas".

A jornalista ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER viajou a convite da Warner

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