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Valéria Piccoli assume a curadoria da Pinacoteca

Pesquisadora, que já trabalhava no museu, ocupa lugar de Ivo Mesquita

Especialista em arte brasileira do século 19, Piccoli pretende manter foco no período e fecha parceria com a Tate

SILAS MARTÍ
DE SÃO PAULO

Valéria Piccoli assumiu nesta semana o cargo de curadora-chefe da Pinacoteca do Estado de São Paulo com a "importante" missão de manter tudo como está.

Ela passa a ocupar agora o posto que foi de Ivo Mesquita, que ascendeu à posição de diretor técnico do museu quando o ex-diretor Marcelo Mattos Araújo deixou a instituição para se tornar o secretário estadual da Cultura.

Mesmo com as mudanças na alta cúpula do museu, um dos mais importantes do país, a programação deve mesmo seguir como planejada pelos próximos quatro anos.

"Tudo está bastante encaminhado e aprovado", diz Piccoli, que já integrava o núcleo de curadoria do museu que agora dirige. "Uma das nossas batalhas foi despersonalizar a diretoria e deixar de fazer coisas de última hora."

Tanto que já estão fechadas parcerias do museu com a Tate Modern, de Londres, e a Art Gallery of Ontario, de Toronto, no Canadá. No ano que vem, a Pinacoteca põe de pé uma grande retrospectiva de Mira Schendel, que começa no museu britânico e chega a São Paulo em setembro.

Do acordo com o museu canadense sairá uma mostra itinerante de pinturas de paisagem de todos os pontos das Américas, "do Alasca à Terra do Fogo", como frisa Piccoli.

Sua previsão é que a exposição entre em cartaz em 2015, passando por Canadá, Estados Unidos e Brasil.

Mas, por enquanto, Piccoli vai se encarregar de executar um cronograma já aprovado. Só depois é que deve passar a organizar mostras mais autorais na Pinacoteca.

Especialista em arte brasileira do século 19, a nova curadora quer manter o foco em artistas desse período, o que começou com a grande exposição de Eliseu Visconti, em dezembro de 2011.

"Rodolfo Amoedo é um pintor que merece uma revisão histórica", diz Piccoli. "A Pinacoteca tem esse papel de contar a história da arte no Brasil, foi essa a diretriz que guiou a construção da nova exposição do acervo."

Piccoli, aliás, foi uma das cabeças do projeto de reorganização da coleção permanente do museu, que reabriu em outubro do ano passado, depois de passar por uma reformulação de quase um ano.

Fora do século 19, a curadora também se interessa por uma visão mais ampla do concretismo, olhando para a América do Sul, em especial para a Argentina, numa mostra que teria como base o grande acervo desse movimento que já está no museu.

Ela também poderá organizar as mostras do octógono, espaço no átrio do museu que recebe individuais de artistas contemporâneos ou serve de extensão para grandes mostras em cartaz, como a de Alberto Giacometti.

Piccoli adiantou à Folha, aliás, que gostaria de convidar a canadense Janet Cardiff para ocupar o espaço.

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