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Fagundes encarna coronel do cacau em "Gabriela"

Em novela baseada na obra de Jorge Amado, ator volta a cenário de "Renascer"

Personagem é autocrata que dita as cartas em Ilhéus; estreia da produção está prevista para 19 de junho

GUSTAVO FIORATTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Antônio Fagundes vai repetir a experiência de interpretar um coronel que planta cacau no Nordeste.

Ele fez o papel de José Inocêncio na novela "Renascer", em 1993. E agora vai encarnar o famoso Ramiro Bastos, na nova versão de "Gabriela", que a Globo planeja estrear no dia 19 de junho, às 23h.

O papel já foi desempenhado na TV por Paulo Gracindo, em 1975, na produção liderada por Sônia Braga.

Mas a adaptação de agora do romance de Jorge Amado (1912-2001), assinada por Walcyr Carrasco, não se baseia na novela antiga.

Trata-se de uma produção mais curta, com previsão de 76 capítulos. Juliana Paes, como se sabe, surge na pele da morena voluptuosa.

A primeira cena de Fagundes, ele adianta, tem como pano de fundo um conflito armado no sertão: ele e outros coronéis investem contra os moradores das terras que irão ocupar.

Quem se lembra do caráter virtuoso do coronel de "Renascer" esteja avisado de saída: Fagundes agora se filia ao time dos vilões. Seu personagem é um sujeito mais velho e carrancudo. "Interpreto um tipo que tem 20 anos a mais do que eu", explica o ator de 63 anos.

Com a maquiagem, ele ganha uma sobrancelha mais grossa, bigode e uma indiscreta verruga na testa.

DONO DO MUNDO

Dono de arrobas de cacau, seu personagem tem no autoritarismo um traço definidor. Tudo o que é feito na cidade passa por seu crivo. E boa parte das decisões que toma beneficia a aliança política com o governo estadual baiano. O símbolo dessa autocracia é a bengala com empunhadura de prata, que o acompanhará até o fim.

Ao lado de Ramiro Bastos, atentos aos bons costumes na cidade baiana de Ilhéus, estão outros coronéis, como Melk Tavares (Chico Diaz) e Jesuíno (José Wilker, que encarnou Mundinho Falcão na versão de 1975).

Gabriela servirá de contraponto moral, de beleza e graça, a esse grupo. No original de Jorge Amado, que tem o título "Gabriela, Cravo e Canela", como lembra Fagundes, "ela só entra na história lá pela página cem", o que não se repetirá na tela.

Enquanto espera pela estreia, Fagundes prossegue em cartaz, em São Paulo, com a peça "Vermelho", sobre o artista plástico Mark Rothko (1903-1970). Também se prepara para rodar o longa "Quando Eu Era Vivo", de Marco Dutra, baseado em livro de Lourenço Mutarelli.

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