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Brad Pitt agita Cannes com filme de gângster

'Killing them Softly' mistura política, economia em recessão e violência

Por meio de mergulho no submundo da máfia, longa faz reflexão sobre a sociedade americana em tempos de crise

DO ENVIADO ESPECIAL A CANNES

Cannes pode ser a Meca do cinema autoral. Mas basta um dia de Brad Pitt para o cenário mudar. Ontem, o astro atraiu multidões -de jornalistas, inclusive- para acompanhar a première mundial de "Killing them Softly", filme que mistura máfia, política e crise econômica.

"A América não é um país, mas um negócio" talvez seja a frase mais forte retirada de um filme hollywoodiano nos últimos anos. "Filmes de gângster são os filmes americanos mais honestos que existem", afirmou o diretor Andrew Dominik, com quem Pitt trabalhou em "O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford" (2007).

Em uma sequência, o matador vivido por Pitt precisa "cumprir um contrato", e Dominik filma a violência como um balé. "A violência é uma característica aceita no mundo dos gângsteres", disse Pitt. "Acho mais difícil interpretar um racista do que um sujeito que atira em outro."

"Eu basicamente topei fazer o filme para ser espancado", brincou Ray Liotta ("Os Bons Companheiros"), um dublê de mafioso que se vê em um esquema complicado.

Outra característica de "Killing them Softly" é seu lado político-econômico. Ele se passa em 2008, pouco antes da eleição de Barack Obama, e é recheado -até demais- de discursos televisivos e radiofônicos dos candidatos.

"Esse filme não é sobre Obama", fez questão de esclarecer Pitt. "O discurso dele ao ser eleito que usamos no filme não é um ato de cinismo sobre falhas, mas uma expressão de esperança."

COMÉDIA SURPRESA

Anteontem, "The Angel's Share" se tornou uma das poucas surpresas do festival. Dirigido por Ken Loach, o filme conta a história de jovens desempregados na Escócia que planejam o roubo de um uísque raro.

"Queríamos criar uma situação tensa e mostrá-la de uma maneira que fizesse as pessoas sorrirem", afirmou Loach, que não deve levar nada em Cannes, mas serviu como um alívio em uma programação tão repleta de longas violentos.

(RS)

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