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Crítica / Romance

Comédia trabalha clichês de forma eficiente

Com Audrey Tautou à frente do elenco, adaptação de best-seller para o cinema se candidata a "filme fofo" do ano

CÁSSIO STARLING CARLOS
CRÍTICO DA FOLHA

Sua semana foi péssima? Brigou com o(a) namorado(a)? Está se sentindo quase no fim do sem-fim? A solução (provisória) para seus problemas pode estar numa sessão de "A Delicadeza do Amor".

Depois de emplacar a história na forma do best-seller "A Delicadeza" (que sai pela Rocco simultaneamente ao filme), o escritor David Foenkinos se juntou ao irmão Stéphane para dirigir o que, desde o título, anuncia-se como o "filme fofo" do ano.

A começar pela eterna Amélie Poulain, Audrey Tautou, aqui como a carrancuda que perdeu uma paixão.

Azar no amor, sorte nos negócios, ela apaga as mágoas como uma bem-sucedida executiva. Até que Marcus, o homem mais feio e sem graça do mundo, entra na equipe e ela vê que amar não tem preço.

A formula é velha, mas eternamente eficiente, pois sempre haverá público necessitado de doses extras de ilusionismo sentimental. Já que ninguém espera mesmo desses produtos algo que tenha a ver com originalidade, basta avaliar se a fórmula foi bem aplicada e se seu efeito pode ser absorvido sem esforço.

Para denotar esperteza, a história é narrada como fragmentos de todos os clichês amorosos, que no filme se organizam com bases em elipses, incorporando uma sucessão rítmica gostosa de ver.

Ao lado de Tautou, sempre ela mesma, François Damiens se apropria do ingrato papel de Marcus e oferece uma vingança a todos os homens imperfeitos do planeta.

O máximo trabalho dos Foenkinos consiste em converter em imagens o texto do romance, já abundante de diálogos e descrições visuais.

Ao contrário da frustração de muitos leitores diante de filmes baseados em romances, aqui a solução vem embalada num produto livre desse risco. Ao ler o livro, imaginamos o filme. No cinema, vemos o romance intacto. Basta ao consumidor escolher um deles para seu domingo terminar sem culpas.

A DELICADEZA DO AMOR
DIREÇÃO David e Stéphane Foenkinos
PRODUÇÃO França, 2011
ONDE Reserva Cultural e circuito
CLASSIFICAÇÃO 10 anos
AVALIAÇÃO bom

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