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Jacobina, parceiro de Mautner, morre no Rio

Guitarrista foi coautor de clássicos da MPB como "Maracatu Atômico"

Músico não resistiu a complicações decorrentes de quadro de metástase; último show foi no sábado

DIANA BRITO
DO RIO

O músico Nelson Jacobina, 58, morreu às 6h45 de ontem no hospital Pró-Cardíaco, em Botafogo, zona sul do Rio.

Ele não resistiu às complicações decorrentes de quadro de metástase (situação em que o câncer se espalha por mais órgãos).

Há 15 anos, o guitarrista e compositor carioca descobriu um tumor abaixo do queixo -que, depois de uma cirurgia, foi dado como curado.

A doença, porém, voltou há cerca de quatro anos, comprometendo órgãos vitais, sobretudo o pulmão.

O último show do artista aconteceu no sábado, ao lado do parceiro de palco Jorge Mautner, em Jacareí (SP).

Mesmo com fortes dores e à base de remédios, Jacobina fez questão de tocar seu violão até o fim da apresentação.

"Ninguém compreende a força que ele tinha. Ele se movimentava devagarzinho, mas, na hora do palco, ele renascia e parecia que estava tudo bem", disse Mautner, parceiro de Jacobina em clássicos como "Maracatu Atômico" e "Lágrimas Negras".

Canção mais famosa da dupla, "Maracatu Atômico" ganhou repercussão em versões de Gilberto Gil, nos anos 1970, e de Chico Science & Nação Zumbi, nos 1990.

Mautner, amigo de Jacobina havia mais de 40 anos, diz nunca ter conhecido alguém com tal "capacidade de harmonia, de superar conflitos".

Desde a formação da Orquestra Imperial, em 2002, Jacobina também atuava como guitarrista na "big band". Segundo empresário da banda, nunca faltou a um show.

O enterro do músico estava marcado para o final da tarde de ontem no cemitério São João Batista, em Botafogo.

"Ele foi um músico fascinante e um guerreiro até o fim", afirmou sua mulher, Diana Dasha, 65.

Jacobina não deixa filhos.

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