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Crítica

Vittorio de Sica aprofunda nosso contato com a realidade

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

"Ladrões de Bicicletas" (TCM, 15h40, livre) é um desses filmes de cortar os pulsos: primeiro, há um desempregado na Roma do pós-guerra. Depois, ele consegue um emprego em que precisa de uma bicicleta. Conseguir uma bicicleta é um sufoco, mas ele consegue.

Mal começa a trabalhar, no entanto, é vítima de um ladrão romano que o despoja de sua ferramenta. O melô social de Vittorio de Sica talvez não caia bem em nosso tempo, em que se vai ao cinema, basicamente, por distração.

Ora, aqui era o inverso: no tempo neorrealista, o cinema existia para aprofundar nosso contato com a realidade. Cada tempo tem seus mistérios, mas é inegável que no pós-Guerra o público pedia mais da arte. E dava mais a ela, também.

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