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O antitropicalista Grande mostra de Oswaldo Goeldi abre hoje no MAM e ressalta versão alternativa ao modernismo brasileiro de cores vivas
CRÍTICO DA FOLHA Com 201 obras, "Oswaldo Goeldi: Sombria Luz" abre hoje no Museu de Arte Moderna de São Paulo. Trata-se da maior mostra do artista já montada no país. "Não é uma retrospectiva, mas uma exposição que retrata o período mais importante da produção do artista: obras do final dos anos 1920 até 1960", conta o curador Paulo Venâncio Filho. A exposição ressalta a versão alternativa ao modernismo brasileiro, em geral caracterizado por cores vivas -como nas pinturas de Tarsila do Amaral ou Di Cavalcanti-, que marca a trajetória de Goeldi (1895-1961). "Ele é nota dissonante do modernismo e nos observa por um outro lado que não é o tropical", diz Venâncio. As gravuras, os desenhos e as aquarelas selecionados representam casarios decadentes do Rio de Janeiro -série apresentada na segunda sala da mostra- e cenas do meretrício carioca. "São imagens que têm relação com a vida subterrânea que ele levou. Sem dinheiro, Goeldi chegou a dormir na rua e se envolvia com as chamadas 'mulheres de vida fácil'", afirma Venâncio. Já quando retrata a elite, em fraques e roupas de baile, o artista a apresenta na forma de cadáveres, numa típica representação expressionista. Amigo do austríaco Alfred Kubin (1877-1959), um dos expoentes do expressionismo, Goeldi sempre confirmou sua afinação com o movimento. Na sala menor do MAM, a sobrinha-neta do artista, Lani Goeldi, apresenta ainda "O Ateliê de Goeldi", com objetos pessoais do artista.
SOMBRIA LUZ/ O ATELIÊ DE GOELDI |
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