Músico repassa trajetória em shows em São Paulo

Os festejos do aniversário de Sérgio Ricardo, que já renderam uma exposição sobre sua obra em março, incluirão ainda shows em São Paulo, no próximo fim de semana.

Acompanhado das filhas, Adriana e Marina, o compositor faz uma viagem por mais de 60 anos de carreira.

Há canções românticas, como "O Nosso Olhar", gravada em 1960 no disco "A Bossa Romântica de Sérgio Ricardo", e há a engajada "Zelão", que, registrada no mesmo disco, marcou uma virada na trajetória do cantor.

"A partir de 'Zelão', começou a pintar o movimento da canção de protesto, e eu me engajei nessa briga, que foi uma opção de vida", diz.

"Eu me uni ao pensamento de todos. Foi nesse momento que descobri que a gente é pequeno demais para não se juntar ao próximo. Não tinha essa consciência, fiz 'Zelão' em compaixão por um ato a que assisti."

Foi um ponto de partida: "Querer transformar o mundo era um ideal de todos nós naquele tempo. Acabar com a miséria no país, transformar, trocar o sistema do país, isso me levou a uma radicalização de trabalho".

Um dos momentos mais radicais talvez tenha sido a trilha para "Deus e o Diabo na Terra do Sol". "Corisco", que a integra, é número certo nos espetáculos de São Paulo.

Apesar do caráter de balanço, o show não prevê a apresentação de "Beto Bom de Bola", a canção que, vaiada, deu no violão quebrado.

"Daquilo ali eu nem gosto de falar. Eu já tive que contar muito essa história e, a cada vez, eu aumento um ponto, ou diminuo, e já nem sei o que aconteceu. A única coisa que posso dizer para você é que não tenho nenhum arrependimento", afirma.

SÉRGIO RICARDO

QUANDO sex., 22/6, às 21h, no Sesc Belenzinho (r. Padre Adelino, 1.000, tel. 2076-9700); sáb., 23/6, às 20h, no Sesc Santo André (r. Tamurataca, 302, tel. 0/xx/11/4469-1200)

QUANTO de R$ 6 a R$ 24 (sex.) e de R$ 5 a 20 (sáb.)

CLASSIFICAÇÃO 14 anos