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Análise

Cenário singular do hip-hop favorece empresários rappers

THALES DE MENEZES
EDITOR-ASSISTENTE DA “ILUSTRADA”

A figura do rapper empresário existe nos Estados Unidos há mais de 20 anos. Desde o momento em que os discos do gênero passaram a frequentar as melhores posições entre os mais vendidos.

O rapper empreendedor surgiu a partir da incapacidade dos executivos das gravadoras em entender o modo de vida e de produção musical desses artistas.

Rock, pop, country, jazz e rhythm'n'blues, apesar de tantas diferenças musicais entre esses gêneros, apresentam artistas que conduzem suas carreiras de uma maneira muito semelhante.

Eles formam um grupo, ensaiam, vão para a estrada, encontram um produtor com alguma experiência, gravam um disco e o divulgam em shows e na TV e nas rádios. A cada lançamento, tentam aumentar seu público.

Quando o rap surgiu, nos anos 1980, veio bem diferente. Só palavras e batidas, sem um lado instrumental que pudesse ser lapidado em estúdio. Era impossível a veteranos de gravações darem conselhos aos rappers sobre suas rimas.

Além de características musicais singulares, a nova cena levou aos escritórios das gravadoras gente com outro estilo de vida e pouco disposta a mudar seu jeito de ser.

As brigas entre artistas e executivos foram notórias no período inicial do rap como música de consumo massificado. Grupos como Public Enemy e Run D.M.C. conseguiram cavar seu espaço nos grandes selos, mas nem suas ótimas vendagens puderam garantir uma boa convivência entre as duas partes.

Dr. Dre, que apareceu no influente grupo de hip-hop N.W.A. na primeira onda do gênero, abriu uma gravadora em 1991, a Death Row. Alegou que estava cansado de tentar explicar a lógica do rap a outros empresários.

Muitos fizeram o mesmo. Atualmente, Jay-Z, Snoop Dogg e Usher são exemplos bem-sucedidos de artistas que montaram empreendimentos que seguem uma cartilha escrita a partir de suas experiências na cena hip-hop.

Espécie de "Bill Gates do rap", Jay-Z é dono de gravadoras, promotoras de shows, restaurantes, grifes de roupas e até parte de um time da NBA, o Brooklyn Nets.

Estima-se que no ano passado seus empreendimentos movimentaram US$ 450 milhões (R$ 860 milhões).

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