Música

Tulipa Ruiz se afirma em segundo disco

Assim que "Efêmera", primeiro disco de Tulipa Ruiz, foi lançado, em 2010, já havia gente brincando de adivinhar o próximo trabalho da cantora e compositora.

"Tinha crítica falando mal do meu segundo disco. Falando que as coisas já tinham acontecido no 'Efêmera'. O que essa menina vai poder fazer depois? Comecei a achar isso mais engraçado do que temeroso, essa coisa da expectativa", explica Tulipa.

Dois anos depois de "Efêmera" ter ganhado prêmios e de ter sido eleito o melhor trabalho do ano em diversas listas, colocando a artista como uma das maiores promessas de sua geração, o futuro chegou para Tulipa. Agora, ela lança "Tudo Tanto", seu segundo e esperado disco, e fala em primeira mão à Folha.

Se "Efêmera" era considerado mais adolescente -"naïf", como ela define-, "Tudo Tanto" é mais maduro. As composições ficaram mais consistentes, interpretadas por Tulipa com experimentalismos vocais, segurança e desenvoltura.

"Minha maior referência sempre foi o palco. Neste tempo todo, fui desenhando uma ideia de aonde eu queria chegar com minha voz", conta.

Selecionado no edital nacional 2011 da Natura Musical, o álbum chega às lojas no fim de julho, e o espetáculo de estreia da turnê de lançamento está marcado para 30 de agosto, no teatro Castro Alves, em Salvador. Depois, os shows passam por São Paulo, Rio, Curitiba, Porto Alegre, Belém e Brasília.

Das 11 faixas, Tulipa compôs 2 sozinha. A de abertura, "É", e a de encerramento, "Cada Voz", apresentada anteriormente em shows e agora interpretada pelo São Paulo Underground, de Mauricio Takara (synth), Guilherme Granado (marimba), Richard Ribeiro (bateria) e Rob Mazurek (trompete).

Outras sete são assinadas por Tulipa e seu irmão, Gustavo Ruiz, produtor do disco. "O Gustavo tem o poder de decupar o que eu apresento como esboços musicais. Mostro uma ideia e ele já entende o que quero dizer."

Das parcerias com Gustavo, destaque para "Ok", "Quando Eu Achar", "Script", "Expectativa" e "Bom".

Além delas, os dois assinam "Víbora" ao lado do pai - o guitarrista Luiz Chagas-, Caio Lopes e Criolo. O MC ajudou Tulipa a concluir a composição, além de participar com respirações e risadas ácidas, que contribuem para construir o clima do registro.

Ao lado de Gustavo, Tulipa também compôs o tema com maior potencial de hit de "Tudo Tanto", a pop "Dois Cafés", com vocais e guitarra de Lulu Santos.

Outra participação foi feita pelo Chocotones -Kassin, Stephane San Juan, Alberto Continentino e Donatinho-, que atuam em "Desinibida", "Script" e "Expectativa".

Fator que também contribuiu para que "Tudo Tanto" resultasse mais consistente e maduro são os arranjos de cordas e sopros feitos por

Jacques Mathias. Ele assina a arregimentação de "É", "Ok", "Bom" e "Víbora".

"Tudo Tanto" ainda traz duas parcerias inéditas de Tulipa. Uma delas, "Like This", com Ilham Ersahin, da banda americana Wax Poetic. A outra, "Desinibida", com Tomás Cunha Ferreira, do grupo português Os Quais.