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Um marchand de milhões de dólares no Brasil

Homem mais poderoso do mercado de arte, Larry Gagosian trará as maiores estrelas de sua galeria à ArtRio

SILAS MARTÍ
DE SÃO PAULO

Quando Larry Gagosian, 67, se mudou de Los Angeles para Nova York no fim dos anos 1970, abriu sua primeira galeria de frente para a Leo Castelli, casa que havia descoberto nomes como Roy Lichtenstein, Jasper Johns e, mais tarde, Andy Warhol.

Hoje, Gagosian -que começou com uma loja de pôsteres na Califórnia- tem três galerias em Manhattan e outras nove ao redor do mundo, de Londres a Hong Kong.

No elenco, além de Lichtenstein, Johns e Warhol, Gagosian passou a vender

Joseph Beuys, Pablo Picasso e estrelas da arte contemporânea, como Damien Hirst, Jeff Koons, Takashi Murakami, Cindy Sherman, Richard Serra e todo e qualquer artista com cifras que passam da casa dos milhões de dólares.

É ele quem alavanca as obras a tamanhos valores.

No mercado da arte, Gagosian é o homem mais poderoso do mundo, capaz de elevar preços a patamares inimagináveis. Também foi ele quem produziu exposições em galeria como as dos grandes museus -custe o que custar.

Desde que a Europa e Estados Unidos vêm desmoronando com a crise que se arrasta há quatro anos, Gagosian tem buscado outras frentes de negócios, primeiro com um espaço em Hong Kong e, agora, com sua visita ao Brasil.

Sua galeria terá presença massiva na próxima ArtRio, feira que acontece em setembro na capital fluminense.

Será um teste de mercado para o marchand avaliar se abrirá um espaço no país.

Um primeiro passo desse movimento foi a mostra de concretos e neoconcretos que a filial de Paris da galeria fez há um ano.

"Mesmo que estejamos num momento econômico ruim, há tremendas concentrações de dinheiro em outras partes do mundo", diz Gagosian em entrevista exclusiva à Folha.

"A América Latina se tornou um mercado importante, em que o Brasil lidera."

Para a ArtRio, Gagosian aposta nas obras de Alexander Calder, Lucio Fontana, Jeff Koons, Takashi Murakami, Robert Rauschenberg, Roy Lichtenstein e Andy Warhol, alguns dos artistas que levará a seus dois espaços na ArtRio.

"É mais fácil vender uma pintura de US$ 50 milhões do que uma de US$ 500 mil", diz.

"Tem tanta competição pelas obras-primas no mercado que pessoas com muito dinheiro se sentem mais seguras se estão comprando algo muito caro. Elas sabem que arte nunca perde o valor. Elas acreditam em arte."

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