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Cinema

Medo da paternidade é tônica da atuação de Santoro em comédia

Brasileiro diz que escapou dos clichês latinos em "O Que Esperar Quando Você Está Esperando"

Ator teve de encarar as gozações de Chris Rock no set e lidar com a questão da adoção: 'Não sou avesso à ideia', diz

Fotos Divulgação
Rodrigo Santoro e Jennifer Lopez em cena de "O Que Esperar Quando Você Está Esperando"
Rodrigo Santoro e Jennifer Lopez em cena de "O Que Esperar Quando Você Está Esperando"

RODRIGO SALEM
DE SÃO PAULO

O sucesso de "Simplesmente Amor", de 2003, fez mal ao cinema. O diretor e roteirista Richard Curtis mostrou que um filme com diversas histórias paralelas e dezenas de astros não precisava ter um roteiro escrito por Robert Altman ("O Jogador") para atrair multidões. E Hollywood acreditou.

De lá para cá, todo ano uma comédia romântica é lançada nesse formato. A bola da vez é "O Que Esperar Quando Você Está Esperando", sobre casais "grávidos".

O brasileiro Rodrigo Santoro é a ovelha negra do longa: ele faz um sujeito de seus 30 e poucos anos que precisa lidar com o desejo da mulher (Jennifer Lopez) por adotar um bebê.

"Fiquei impressionado com a resposta que recebi do personagem nas pré-estreias pela Europa. Vários homens se aproximaram e disseram que se identificaram com Alex", relata.

Santoro conta que viver um compositor de jingles, que não sabe se quer ser pai não, mudou o seu próprio desejo de ter filho. "Sempre quis, mas tem de acontecer naturalmente, encontrar a pessoa certa. É muita responsabilidade", confessa o brasileiro, que não descartaria a adoção.

"Não sou avesso à ideia. Mas tenho vontade de ter um filho e construir uma família."

Apesar da seriedade do assunto, o estilo de filme não proporciona pressão para um ator. O orçamento gira em torno dos US$ 40 milhões (R$ 80 milhões) e o retorno é dividido pelos protagonistas.

No caso de Santoro, ele ainda passa boa parte do tempo acompanhado de vários comediantes como Chris Rock, Thomas Lennon ("Reno 911"), Rob Huebel ("Human Giant") e Amir Talai ("Modern Family").

"Eu conhecia Chris Rock, mas não sabia quem eram os outros. De repente, eu falava algo e Chris Rock tirava onda. Depois, Thomas falava outra bobagem. O diretor gritava 'corta', mas ninguém parava", lembra o brasileiro.

MUDANÇA

Apesar de não poder entrar no ritmo das piadas por ser o único personagem sem filhos ("Eu não podia fazer muita graça"), Santoro fala que a experiência serviu para mostrar como Hollywood mudou ao encarar o seu trabalho.

"Quando recebi o roteiro, a primeira coisa que fiz foi procurar o personagem latino chamado Raul ou José", brinca ele. "Mas não encontrei nenhum estereótipo. Bem diferente de quando eu comecei, em 2003."

O momento é mesmo diferente para o carioca. Após boatos de que outro ator assumiria o papel do imperador (e vilão) Xerxes na sequência de "300" (2006), Santoro convenceu os produtores a retornar ao personagem. "Vou poder terminar a jornada que comecei", conta Santoro, que acabou de filmar "300: Battle of Artemisia" na Bulgária.

"A ideia é mostrar o lado mais humano de Xerxes."

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