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Crítica Drama

Produção é raro filme brasileiro atual a escapar da insignificância

DO CRÍTICO DA FOLHA

O sagrado, que quase sempre irrompe nos filmes de André Luiz Oliveira (o Cristo crucificado de "Meteorango Kid", a união índios-natureza, em "A Lenda de Ubirajara"), aqui ressurge com força.

Em "Sagrado Segredo" tudo começa com a representação da Paixão de Cristo na Semana Santa, em Planaltina (DF), feita por amadores (diferente de outras Paixões, acaparadas pelo elenco da Globo).

No tempo atual, uma das questões que suscita esse tipo de encenação é quando a dimensão do homem e a de Deus passam a se confundir.

A isso o autor acrescenta outra variável: o filme. O que ele realiza, claro, mas que se desdobra no documentário que uma equipe realiza sobre o evento. Verifica-se então uma duplicação do espaço fílmico: ele é registro, por um lado, e discussão do registro.

Aqui, Oliveira introduz outro elemento: a loucura do personagem que faz o papel de diretor. Ele passa de diretor de filme a ator da Paixão e de ator a personagem do espetáculo.

Se pode nos dispersar (atores fracos; mistura inconvincente de ficção e documentário), "Sagrado Segredo" é um dos raros filmes brasileiros contemporâneos a escapar da insignificância.

(INÁCIO ARAUJO)

SAGRADO SEGREDO

DIREÇÃO André Luiz Oliveira
PRODUÇÃO Brasil, 2012
ONDE Espaço Itaú de Cinema Frei Caneca
CLASSIFICAÇÃO 12 anos
AVALIAÇÃO bom

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