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Longa mostra futuro inspirado em favelas

Remake de "O Vingador do Futuro" traz lutas de classes após a Terra sofrer devastação por desastres químicos

Colin Farrell, afastado dos blockbusters desde 2006, assume o papel que em 1990 foi de Arnold Schwarzenegger

RODRIGO SALEM
ENVIADO ESPECIAL A CANCÚN

Em tempos de crise, qualquer truque serve para vender um filme. O remake de "O Vingador do Futuro" que o diga.

Há poucas semelhanças entre ele e o original dirigido por Paul Verhoeven ("RoboCop") e estrelado por Arnold Schwarzenegger em 1990.

Não temos uma viagem para Marte e mutantes esquisitos. Não há o humor ácido do cineasta holandês.

Ficaram a prostituta com três peitos, uma das marcas do anterior, e a premissa baseada do conto de Philip K. Dick, autor que inspirou

"Blade Runner" (1982) e "Minority Report" (2002): um homem entra em uma empresa que promete realizar suas maiores fantasias.

"O tom do filme é diferente, não há muito humor", adianta Colin Farrell, que assume o papel que foi de Schwarzenegger.

O novo "O Vingador do Futuro" -que poderia ter novo título, já que a tradução dada a "Total Recall" se aproveitava do sucesso de "O Exterminador do Futuro"- se passa em um futuro apocalíptico no qual a Terra só é habitável na Inglaterra (nobres) e na Austrália (operários).

Como não há espaço para novas casas, o mundo criado pelo diretor Len Wiseman é vertical. "A inspiração veio das favelas brasileiras e de outras habitações pelo mundo", revela. Se o cenário rende os efeitos especiais mais impressionantes do ano, o roteiro é difícil de engolir.

"Apesar de todas as cenas de ação, efeitos e lutas, o filme foi uma experiência íntima", conta Farrell, que retorna aos blockbusters -dos quais estava afastado desde "Miami Vice" (2006)- com credibilidade restaurada por longas menores como "Na Mira do Chefe" (2008) e "Coração Louco" (2009).

"Recusei filmes gigantes que me dariam muito dinheiro, mas que não eram certos para mim", confessa o astro.

"Não me arrependo de nada, porque produções gigantes não me atraem. Eu teria matado para fazer 'O Artista'."

Não se espante, Farrell é brutalmente honesto sobre sua carreira. Quando a reportagem da Folha pergunta se a razão de ter deixado os

blockbusters de lado foi o fracasso de "Alexandre" (2004), ele não se esquiva.

"Tenho fracassos homéricos. Mas, cara, 'Alexandre' foi como houvesse uma fila de críticos tentando me f...", diz, levantando-se da mesa e dramatizando a cena.

"Você precisa ter ou aclamação crítica ou sucesso comercial. Não dá pra ficar sem os dois", disse Farrell, meses antes de "O Vingador do Futuro", que custou US$ 125 milhões (R$ 250 milhões), render apenas US$ 46 milhões (R$ 92 milhões) nos EUA e ser destruído pela crítica local.

O jornalista viajou a convite da Sony

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