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Projeto 'exporta' alunos de música a Israel

DE SÃO PAULO

Filhos de um motorista de caminhão e de um dono de empresa de motoboys, o contrabaixista Marcos Leme, 27, e o violista José Batista Júnior, de 22, jamais imaginaram se graduar em uma das mais prestigiadas escolas de música do mundo -e sob a chancela de Zubin Mehta.

Ambos começaram tocando em igrejas e enfrentaram resistência e preconceito em casa. "Meu pai não apoiava minha opção. 'Onde vai arrumar emprego?', ele perguntava", lembra José Batista Júnior.

A grande virada aconteceu em 2007, quando os dois ingressaram na Sinfônica Heliópolis e passaram a receber ajuda financeira.

De acordo com Edilson Venturelli -membro do Instituto Baccarelli, que oferece programas socioculturais de formação musical e artística e atende 1.300 alunos atualmente- a média mensal de ajuda de custo dada aos integrantes é de R$ 1.850. "Em muitos casos, é mais do que ganha a família", diz.

O primeiro integrante da Sinfônica Heliópolis a estudar em Israel foi Adriano Chaves, em 2005. Convidado pelo próprio Mehta, lá ele fez um curso livre de dois anos e atua hoje na Sinfônica de Santo André.

José e Marcos dividem um apartamento no campus da universidade de Tel Aviv com o violoncelista Emerson Nazário, também ex-integrante da Heliópolis. Estudam na Buchmann Mehta School of Music.

Marcos conta que chegou "na raça". Não falava inglês e muito menos hebraico. "As pessoas imaginam que tudo é guerra em Israel, mas não é. O país é mais organizado e a gente só anda de bicicleta."

(MK)

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