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"Roda da folhinha"

Filhas entrevistam Raí e Gustavo Borges

Ex-atletas falaram com crianças sobre seus livros infantis e esportes em evento da 'Folhinha', sábado, no MAM

Noáh, 7, caçula de Raí, e Gabriela, 10, de Borges, disseram que não é tão legal quando as fãs cercam seus pais

DE SÃO PAULO

Futebol, natação, literatura e até mulheres foram assunto na "Roda da Folhinha", que reuniu os ex-atletas Raí e Gustavo Borges anteontem, no MAM (Museu de Arte Moderna), no parque Ibirapuera, em São Paulo.

Eles responderam a perguntas de Laura Mattos, editora da "Folhinha", Fabio Victor, repórter da "Ilustrada", e Denise de Almeida, repórter do UOL Crianças, mas o que mais animou a conversa foram comentários de crianças da plateia, inclusive da família dos ex-atletas.

Gabriela Borges, 10, filha do ex-nadador, e Noáh Oliveira, 7, a caçula de Raí, disseram que o mais difícil de ter pai famoso é esperar por eles toda vez que mulheres vêm pedir autógrafos. "A gente está no restaurante e vem um monte de mulheres. Tem umas que colocam celular no bolso de meu pai e dizem que vão ligar", contou Noáh.

Gabriela falou que é difícil esperar o pai atender tantas fãs no aeroporto. Ela não gosta, mas a mãe, admitiu a menina, gosta menos ainda.

Elas também fizeram perguntas aos pais. Gabriela quis saber se Borges se irritava com as câmeras que o filmavam na piscina ("Às vezes sim...") e Noáh perguntou ao pai se foi difícil deixar o futebol (ele respondeu que não, porque já estava preparado).

Já Naira, 13, neta de Raí, comoveu a plateia ao falar sobre a convivência com alguém famoso: "Não temos muito a dimensão da fama. Para mim ele é só o avô que eu amo muito".

ATLETAS AUTORES

Os ex-atletas são autores de livros infantis da editora Cosac Naify. Raí assina "Turma do Infinito", e Borges pauta as ilustrações do livro-imagem "Tchibum".

O ex-capitão da seleção brasileira disse que sempre gostou de inventar histórias e, depois que parou de jogar, passou a rabiscar as ideias que tinha. Para o livro, a inspiração veio de uma redação da neta, Naira. O texto falava sobre a amizade entre Filó e Sofia -ela dividiu a palavra filosofia-, que queriam conhecer o mundo. Em a "Turma do Infinito", fala de um grupo de amigos, Sol, Filó, Sofia e Zen, que estão descobrindo a vida. "Fui influenciado pelo meu pai, que lia muito e gostava de filosofia, e pela minha neta", disse Raí.

Já Borges disse não ser escritor, mas autor. "O livro não tem palavras, são imagens de um garotinho na primeira aula de natação." As ilustrações são de Daniel Kondo.

ESPORTE E EDUCAÇÃO

A Olimpíada entrou na conversa. "A escola é o melhor ambiente para se disseminar a prática esportiva. Se melhorarmos a educação física nas escolas, teremos mais praticantes de esporte e, consequentemente, mais talentos poderão surgir. Com mais talentos, teremos mais medalhas", disse Raí.

Borges disse que o desafio é o investimento na base. "A gente tem que parar de pensar a curto prazo. Investir em uma criança de cinco anos não vai ajudar na Olimpíada de 2016, vai ajudar em 2020, em 2024. Tenho a expectativa de que a Olimpíada no Rio seja um grande celeiro de cultura esportiva para o país."

DESCOBERTA

Raí e Borges disseram ter passado por vários esportes na infância. O ex-boleiro contou que, até os 13 anos, jogava mais basquete do que futebol. "Lá em Ribeirão Preto, jogava basquete no clube, na escola, e me dava bem. Com 13, descobri que tinha facilidade no futebol", contou Raí.

Borges também passou pelo basquete e por vôlei, tênis e hipismo. Se sua altura -2,03 m- foi uma vantagem na piscina, em cima de um cavalo ele se sentia estranho. "Sempre fui grande e era descoordenado. Só aos 16, comecei a dominar meu corpo."

DA PLATEIA

O encontro durou cerca de uma hora e meia e contou com mais de cem pessoas, metade crianças. Laura Marchi, 7, é são-paulina, mas queria também falar sobre literatura. "Queria saber se foi difícil escrever o livro. E também queria saber quantas medalhas Gustavo ganhou."

Bruno Kendi, 9, com a camisa do São Paulo, queria ver Raí e Borges, porque faz natação. "Não sabia que o apelido de Gustavo era Pirulito e o de Raí, Pivete. Achei legal!"

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