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Filme 'Colegas' surpreende e vence Gramado

Longa sobre amigos com síndrome de Down bateu no sábado o favorito 'O Som ao Redor'

RODRIGO SALEM
DE SÃO PAULO

O ator Ariel Goldenberg, que tem síndrome de Down, sonha em ir ao Oscar.

Enquanto a viagem para Hollywood não chega, ele viu o filme que atua com a mulher, Rita Pokk, e o amigo Breno Viola, também portadores de Down, vencer a 40ª edição do Festival de Cinema de Gramado, no sábado.

O paulista "Colegas", de Marcelo Galvão, levou o Kikito de melhor filme quando todos esperavam que o troféu fosse para "O Som ao Redor".

O primeiro longa de ficção do pernambucano Kléber Mendonça Filho já havia faturado o prêmio da crítica, o do júri popular e o de melhor diretor; a obra de Galvão só levara a estatueta de direção de arte e um prêmio especial do júri para o trio de atores.

O filme conta a história de três amigos com síndrome de Down fanáticos por cinema.

Após verem o filme "Thelma & Louise", sobre duas mulheres fugindo pelos Estados Unidos em um carro, Stalone (Goldenberg), Aninha (Rita) e Márcio (Viola) decidem fazer o mesmo e roubam o veículo do jardineiro (Lima Duarte) para realizar vários sonhos.

"A vontade de fazer 'Colegas' veio de um tio com quem fui criado e que tinha Down, mas não queria escrever algo pesado sobre o assunto. A ideia era fazer algo leve e divertido", diz Galvão, que testou mais de 300 garotos com síndrome de Down para chegar aos protagonistas.

"Eles tiveram uma facilidade para entrar nos personagens maior do que a de vários atores. Eles embarcaram na história rapidinho."

A vitória em Gramado pode ter sido o empurrão final que a aventura precisava para garantir sua estreia em 120 salas em 9 de novembro.

O cineasta ainda procura captar R$ 1,2 milhão dos R$ 7,5 milhões do orçamento para a distribuição. "Agora está tudo mais encaminhado", adianta Galvão.

"Receber o prêmio foi maravilhoso, porque nos dá uma projeção maior", conta. "E vai ajudar no lançamento porque mostra para os patrocinadores que o longa tem tudo para fazer uma boa bilheteria. Tem muita gente abraçando o filme como uma causa."

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