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'Sorgo Vermelho' marcou geração pós-Revolução

CÁSSIO STARLING CARLOS
CRÍTICO DA FOLHA

O anúncio de Mo Yan como Prêmio Nobel de Literatura trouxe como principal referência para o público ocidental a adaptação de um de seus romances para o cinema em 1987.

"Sorgo Vermelho", filmado pelo cineasta chinês Zhang Yimou (que em 2000 adaptaria "Happy Times", outra obra de Yan), foi um dos títulos que marcaram a emergência da chamada "quinta geração". O termo designou o grupo de diretores que integrou a primeira turma após a reabertura da Escola de Cinema de Pequim.

Com filmes que venceram aos poucos dogmas temáticos e visuais impostos durante o período da Revolução Cultural, entre 1966 e 1976, nomes como Chen Kaige e Zhang Yimou atraíram o interesse ocidental.

"Sorgo Vermelho", filme de estreia de Zhang Yimou, retorna ao norte rural da China nos anos 1920 para narrar uma fábula de sobrevivência que reconstitui a violência dos hábitos culturais impostos à mulher.

Depois de vendida a um velho doente que logo morre, uma jovem tenta sobreviver organizando o negócio na companhia de outras mulheres. Com a invasão japonesa, qualquer projeto de liberdade passa a ser punido com rudeza.

A escolha da vítima feminina retomava uma antiga tradição do cinema chinês, que desde os anos 1920 explorou a carga emocional de melodramas para representar simbolicamente a repressão.

Ao reutilizar a fórmula, o filme foi identificado como manifestação de liberdade, após um período de opressão. Aos olhos ocidentais, porém, a habilidade de explorar simbolicamente as cores num impressionante universo visual é que ficou na memória.

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