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José de Abreu se divide entre lixão e mensalão

Antes de morrer, personagem revela segredo de Santiago em 'Avenida Brasil'

Militante da esquerda, ator ouve piadas de adversários por causa do papel e fala de sua relação com José Dirceu

ALBERTO PEREIRA JR.
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

José de Abreu, 66, acompanha com a mesma intensidade o desfecho de "Avenida Brasil" e a conclusão do julgamento do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal).

No caso do folhetim da Globo, que termina na sexta-feira, a morte de seu personagem, Nilo, que começaria a ser exibida no capítulo de ontem, não o elimina da lista de suspeitos do assassinato de Max (Marcello Novaes), seu próprio filho.

"A morte do Max será revelada em flashback. Ainda posso gravar a cena", disse o ator na última sexta, ao receber a Folha em seu apartamento no Jardim Oceânico, no Rio, "que está sendo quitado em cem prestações".

O rei do lixão vai perder a vida vítima de uma overdose de ecstasy provocada por Santiago (Juca de Oliveira).

Antes, revelará no episódio de hoje a Nina (Débora Falabella) e Jorginho (Cauã Reymond) que foi Santiago e não Lucinda (Vera Holtz) quem matou a mãe de Carminha (Adriana Esteves).

"Fizemos algo incrível nessa novela, um lixão bonito e lúdico. A casa de Tufão [Murílio Benício] como uma Torre de Babel, onde todos falavam ao mesmo tempo. O João Emanuel Carneiro foi buscar isso em Charles Dickens [1812-1870]", diz ele, que viajou a Londres para pedir "a bênção" do autor de "Oliver Twist".

"Estou bastante feliz com o Nilo, é sem dúvida um dos meus melhores personagens, e sabia que iria ouvir as piadinhas da direita."

"Recentemente, um cara escreveu no Twitter: 'revelada a verdadeira personalidade de Zé de Abreu: um lixão'", diverte-se o ator, apelidado de Zé Windows por José Mayer, por ser entusiasta da internet no Brasil desde 1995.

Amigo pessoal de José Dirceu, condenado pelo Supremo por corrupção ativa no caso do mensalão, Abreu diz que esteve duas vezes com o ex-ministro antes de sua condenação.

"Nunca conversei com o Zé a respeito das denúncias. Acho que o PT fez o que sempre se fez. É errado? Sim! Mas fez o que sempre se fez", diz.

"O Supremo quer mudar a maneira de fazer política no Brasil. Ótimo, maravilha! Óbvio que tinha que começar com o PT. Então, agora, para ser condenado aqui, basta ser preto, puta, pobre e petista."

Segundo Abreu, foi uma coincidência a novela e o mensalão terminarem ao mesmo tempo. "Mas não foi coincidência o julgamento ser em época eleitoral."

Ele afirma já sentir saudades da equipe do folhetim. "O fim de um trabalho dá uma certa dor, porque você sabe que não consegue manter a amizade e o contato."

NA INTERNET
Leia a íntegra da entrevista
folha.com/no1169911

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