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Crítica / Rock

Nasi lança álbum coeso com versões e inéditas

Regravações de Erasmo Carlos, Raul Seixas e Garotas Suecas estão no repertório de batidas fortes do CD "Perigoso"

Leandro Godoi - 1º.out.2012/Frame
Nasi durante o show que apresentou no mês passado em uma plataforma da estação Paraíso do Metrô, em São Paulo
Nasi durante o show que apresentou no mês passado em uma plataforma da estação Paraíso do Metrô, em São Paulo
THALES DE MENEZES EDITOR-ASSISTENTE DA “ILUSTRADA”

Erasmo Carlos, Taiguara, Raul Seixas, Paulo Coelho, Demetrius, Paulo Sérgio, Renato & Seus Blue Caps, Garotas Suecas. Trata-se de um balaio de nomes de várias épocas da música popular. Tudo na voz rouca de Nasi.

"Perigoso", primeiro disco que o ex-vocalista do Ira! grava após lançar uma escancarada biografia em livro, traz rocks de próprio punho e uma coleção inusitada de covers. E agrada bastante.

Depois de álbuns sob a alcunha de Nasi & Os Irmãos do Blues, projeto em que o nome da banda já denunciava sua orientação musical, ele investe em rock básico, de guitarra e batida forte.

"Dois Animais na Selva Suja da Rua", que abre o disco, tem um título que se encaixa na fama de "bad boy" do cantor e parece nome de peça de Plínio Marcos. Mas é uma canção de Taiguara, figura marcante na MPB sensível.

Nasi deve gostar da versão gravada por Erasmo Carlos em 1971. Ambas têm a pegada roqueira para versos como "Vamos fazer nosso lar/ Onde o caminho cansar nosso corpo / Nossa vida".

As letras trazem uma urgência "positiva", um posicionamento de encarar a vida. Está claro na faixa "Tudo Bem", original da banda Garotas Suecas: "Se é pior do que parece / Tudo bem/ Se você teve mais do que merece / Tudo bem / Se é mais forte que você / Tudo bem".

Continua nas autorais de Nasi -quase todas escritas com Johnny Boy, de sua banda-, como "Ori": "Cabeça afaste de mim qualquer doença / Para que me sobre um corpo que ainda pensa / Cabeça seja forte em todos meus conflitos / Para que eu não seja mais um entre os aflitos".

O tom redentor segue em "Não Há Dinheiro que Pague", escrita por Renato Barros, famoso na jovem guarda como o líder do Renato & Seus Blue Caps".

A música virou hino pop na voz de Paulo Sérgio (1944-1980), um dos maiores ídolos românticos da canção brasileira nos anos 1960 e 1970.

Mais uma visita à jovem guarda está em "Como É que Eu Vou Viver Tão Triste", de Demetrius -mais conhecido pelo hit "O Ritmo da Chuva". Outra letra integrada ao tom confessional que atravessa todo o álbum.

Depois de tantas regravações "inesperadas", soa natural a inclusão de "As Minas do Rei Salomão", de Raul Seixas e Paulo Coelho. "Lê a minha sorte / Tanto faz a vida como a morte / O pior de tudo eu já passei..." diz a letra.

A voz cada vez mais rasgada de Nasi se presta bem às regravações escolhidas e também às composições próprias, sustentadas por uma banda afiada no estúdio.

"Perigoso" mostra que, aos 50 anos, Nasi tem condições de se reinventar com bons resultados. Coisa muito rara entre artistas de sua geração.


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