São Paulo, domingo, 21 de agosto de 2011 |
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IMAGINAÇÃO PROSA, POESIA E TRADUÇÃO Dois poemas EUGÊNIO BUCCI Ilustração RAFAEL CAMPOS ROCHA Justiça O que a lei não redime é o crime com defeito. Se bem-feito ou bonito, o delito talvez rime com direito. Se perfeito, ora, o crime é a lei. Rampa Do alto desta encosta em que cederam a fibra dos meus olhos, o meu claro silêncio vertebrado de palavras sólidas e também a minha infância; em que, sobre joelhos eucarísticos, testemunhei o fluxo da mentira enquanto o vinho azul me entorpecia aos poucos com o medo de perdê-lo, não me despeço. Parto. Vou embora. Ao cesto de papel deixo a gravata descolorida pelo sol de cal. Porões ainda existem -e governam, mas hoje estendem notas de dinheiro em vez de músculos no pau-de-arara. Texto Anterior: Arquivo Aberto: Presente atrasado Índice | Comunicar Erros |
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