Índice geral Imóveis
Imóveis
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Novos edifícios mudam a cara do Brás

Cenário para comércio e galpões industriais, bairro começa a atrair atenção de quem quer morar ou investir

Comprador que aposta na região enaltece a proximidade com o centro e a perspectiva de rápida valorização

DE SÃO PAULO

"Eu me lembro de ver muitos caminhões, galpões e botecos no bairro. Não havia atrativos e área de lazer fora dos condomínios."

Quem lembra é o professor de música Ricardo Vinícius Mantovani, 29, que passou parte da adolescência caminhando com os colegas pelas ruas do Brás, até se mudar com a família para a Mooca.

Ao visitar o bairro com a reportagem da Folha, Mantovani não percebeu mudanças. "Ainda é mesmo um lugar feio", disse.

Se ainda não se alterou muito aos olhos do professor de música, incorporadoras e compradores afirmam que o Brás deve mudar -para melhor- nos próximos anos.

Antonio Setin, presidente da construtora Setin, que lançou em junho o Estação Brás, aposta que o bairro irá passar por um círculo virtuoso graças aos projetos de revitalização planejados pelo poder público e aos empreendimentos a serem erguidos pelas construtoras.

"Com os imóveis já entregues e os projetos públicos, daqui a cinco anos, o bairro estará melhor. Novos empreendimentos devem surgir, atraindo mais melhorias."

Segundo Setin, o bairro ficará mais interessante para quem quer morar -e mais lucrativo para os compradores que desejam aproveitar os preços de hoje para vender no futuro por um valor maior.

Foi pensando nisso que o bancário Wagner Dornelas, 53, morador de Poá (Grande São Paulo) adquiriu um apartamento no Brás por cerca de R$ 300 mil. Ele não vai residir no local e pretende vender o bem. "Acho que vou conseguir mais à frente o dobro do que paguei agora pelo apartamento", calcula.

O lojista Luiz Carlos da Silva, 26, vive na Bela Vista e comprou um imóvel no Brás para morar, mas também mira o futuro. "Sem a perspectiva de revitalização, eu não me mudaria para lá, mesmo sendo perto do centro."

Marcos França, diretor comercial da Requadra, que lançou o Sampa, assinala que a demanda maior é de jovens universitários que trabalham na região central, mas que há compradores da cidade toda.

MEMÓRIA

Nick Dagan, diretor de Incorporações da Esser, que lançou o Capital Brás, afirma que indústrias e galpões vão dar lugar a novos empreendimentos se os atuais venderem bem. "Vai ser o mesmo processo pelo qual a Mooca e a Lapa passaram."

Para Paola Alambert, diretora de marketing da Abyara, "quando se derruba um galpão, já se percebe a melhora."

A urbanista Eunice Helena Abascal pondera: "O bairro tem um patrimônio industrial que é parte da memória de São Paulo encravado em uma região que, ao mesmo tempo em que é visada pelo mercado, continua degradada, com cortiços, sub-habitações e escassez de áreas verdes".

(DV)

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.