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Bairro aposta em projetos de revitalização

Área hoje degradada tem previsão de obras, como pontilhão e unidade do Sesc, que podem valorizar a região

Comércio, que conta com cerca de 5.000 lojas, e operação urbana da prefeitura impulsionam retomada do bairro

DE SÃO PAULO

De 1950 a 2010, a cidade de São Paulo ganhou mais de 9 milhões de habitantes, segundo dados dos Censos desse período. Mesmo assim, alguns distritos -seis, especificamente-apresentaram queda no número de moradores. Um deles é o Brás, cuja redução foi de 46,7%, ou 25.832 moradores a menos.

Em comum entre o Brás e outros bairros com "evasão" de moradores, como o Bom Retiro e o Belém, está o fato de todos terem sido polos industriais que atraíam trabalhadores.

Hoje, com número muito menor de indústrias e de habitantes na região, muitas construções acabaram virando cortiços, e lixo e entulho são visíveis por quem anda a pé pelo bairro.

"A população era formada por trabalhadores das indústrias e de serviços locais. Com a transformação produtiva nos anos 1980 e 1990, esses bairros perderam moradores, mas receberam depois imigrantes bolivianos e trabalhadores de classes desfavorecidas buscando morar perto do centro", explica a urbanista Eunice Helena Abascal.

De fato, de 2000 a 2010, a população no distrito aumentou 16,3%, mais que a média da cidade (7,85%).

A comerciante Sônia Leonardo, 51, notou a crescente presença de imigrantes bolivianos."Vieram e vêm muitos para trabalhar com costura. Às vezes, há 30 ou 50 deles em um cortiço trabalhando sem parar. Dá pena."

Ela diz se orgulhar do bairro, mas afirma que "pelo abandono todo mundo acha o Brás um lixo."

COMÉRCIO

O bairro ainda é sinônimo de comércio. Segundo a Alobras (Associação Comercial do Brás), há 5.000 lojas nos 3,6 quilômetros quadrados do distrito -uma para cerca de seis moradores.

Antonio Ailton Carvalhal, 67, tem comércio na região há 52 anos, mas nunca fixou residência. Em julho, comprou um apartamento de dois dormitórios. "Comprei para investir. Não quero me mudar, pois onde moro [Vila Mariana] tenho mais espaço."

O comerciante só se mudaria para lá se os projetos de revitalização saíssem do papel."O Brás está piorando, há muita gente jogada na rua."

Para atrair compradores, incorporadoras contam também com obras públicas no Brás e no parque Dom Pedro 2º.

A prefeitura está construindo um pontilhão sobre o rio Tamanduateí, com previsão de término no primeiro trimestre de 2013. Também para o próximo ano está prevista a demolição do viaduto Diário Popular.

Há ainda projetos de unidades do Sesc e do Senac para os locais onde ficavam os edifícios Mercúrio e São Vito, demolidos em 2011.

A prefeitura informou, por meio de um comunicado, que está "finalizando a instrução de processo que visa a concessão das áreas" e promete "encaminhar os projetos à Câmara Municipal". A ideia de um parque linear na região do parque Dom Pedro 2º também está em discussão.

A operação urbana Lapa-Brás também prevê um conjunto de melhorias para a região. Porém, a prefeitura desclassificou no mês passado o vencedor da licitação e diz que está trabalhando no novo edital.

(DV)

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