São Paulo, domingo, 01 de setembro de 2002

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CONDOMÍNIO

Terceirização atinge 20% de residenciais

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Se há quatro anos eram raros os residenciais que terceirizavam serviços, hoje pelo menos 1 em cada 5 condomínios já possui portaria, limpeza ou segurança terceirizadas. É o que indica levantamento da Aabic (associação das administradoras de condomínios).
"A terceirização em residenciais começou há cinco anos, mas foi em 2001 que a tendência avançou", afirma José Roberto Graiche, presidente da Aabic.
Para o Sindeprestem, sindicato que representa as empresas prestadoras de serviços, se somados aos comerciais, já são cerca de 40% os condomínios com empregados terceirizados.
As maiores administradoras de condomínios também confirmam o aumento da terceirização. "Os síndicos estão percebendo vantagens como a agilidade de substituição de empregados em casos de faltas", explica José Maria Bamonde, gerente da divisão de logística da Lello.
Segundo o diretor de condomínios da Itambé, Luís Henrique Ramalho, atualmente já são cerca de 60% os condomínios residenciais terceirizados da empresa. Em 2000, eram 20%. Ramalho alerta, porém, para o perigo de contratação de empresas que não são idôneas.
No condomínio Parque Brasil, no Morumbi, a terceirização deixou rastros negativos. "A empresa de limpeza quebrou, e depois descobrimos que ela não mantinha a situação dos funcionários em dia", diz o ex-síndico Emílio Rabbat. Até hoje, correm na Justiça processos responsabilizando o condomínio pelos encargos trabalhistas.
Outro risco da terceirização é a alta rotatividade dos empregados. "Há empresas que trocam muito os funcionários, o que não é desejável, principalmente para a portaria", ressalta Hubert Gebara, diretor da Hubert.
Foi o que aconteceu com o condomínio Dianópolis 1, na Móoca: "Descobrimos que a empresa que contratamos estava nos usando para trei- nar empregados", reclama o síndico Fausto Zupardo.

Custos
Devido a problemas como esses, especialistas recomendam cuidado com propostas a preços muito atraentes. "Não se deve confundir terceirização com custo baixo", alerta Newton Curti, diretor da prestadora de serviços Alphantares.
"A terceirização para nós sai 25% mais cara do que contratando os funcionários", exemplifica Eduardo Borklian, síndico do Le Quartier, em Perdizes. Mesmo assim, ele diz estar satisfeito com os serviços. "A supervisão da empresa permite-me ficar tranquilo em relação aos funcionários", elogia o síndico. (ALEXANDRE SAMMOGINI)


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