|
Texto Anterior | Índice
Primeira compra requer paciência e poupança
Sem estabilidade de renda, devem-se evitar financiamentos com prazos longos
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Para quem mira o primeiro
imóvel, deixar-se levar pela
ansiedade e comprá-lo assim
que a renda começar a crescer
não é a melhor estratégia.
Na opinião de especialistas
em finanças, leva vantagem
quem adia a compra para acumular o máximo de capital.
“Quem está no começo da vida
profissional ainda enfrentará
grandes mudanças na renda
e nos custos”, diz o consultor financeiro Gustavo Cerbasi,
35.
Para o planejador financeiro
pessoal Fabiano Calil, contrair
uma dívida grande antes de ter
estabilidade pode prejudicar a
tomada de decisões pessoais e
profissionais. “O financiamento
faz com que 30% da receita
do jovem vá embora ao fim do
mês,o que o escraviza.”
Nessa fase, devem-se evitar
prazos longos e juros acumulados,
que podem prejudicar futuras
aquisições. “A quitação
rápida do primeiro imóvel permite
que se pague a diferença
para o segundo durante menos
tempo, além de possibilitar que
ele tenha um padrão superior”,
acrescenta Ricardo Rocha, 47,
professor de mercados financeiros do Ibmec São Paulo.
Enquanto mora na casa dos
pais ou em imóvel alugado, o jovem
deve deixar uma folga no
orçamento para a poupança.
“Em vez de contrair financiamento
de R$ 1.900 mensais, é
preferível pagar aluguel de R$
1.000 e guardar R$ 900 para
dar entrada maior ou comprar”,
sugere Caio Torralvo, 29,
professor da FIA (Fundação
Instituto de Administração).
FGTS vira aliado
Boas aplicações ajudam o volume
a crescer. “Podem-se colocar
os juros a seu favor poupando.
Depois de seis anos juntando
dinheiro, faz-se uma
compra que levaria 20 anos para ser
financiada”, explica Calil.
Nessa fase, o FGTS (Fundo
de Garantia do Tempo de Serviço)
é um aliado fundamental:
pode ser sacado para pagar entrada
no financiamento ou dar
um lance em consórcio e dar
conta de boa parcela da dívida.
No banco, a escolha do financiamento
faz diferença no valor
pago. Há dois tipos principais
de amortização, a Tabela Price
e o SAC (Sistema de Amortização Constante).
A primeira tem
prestações de valor constante.
No SAC, as iniciais têm valor
mais elevado do que as finais.
“Como no SAC amortiza-se
mais no começo, incidem menos
juros sobre o saldo devedor.
Isso é melhor que a Tabela
Price”, indica Miguel de Oliveira,
44, vice-presidente da Anefac
(Associação Nacional dos
Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).
No consórcio, cobram-se taxas
de administração, geralmente
de 18% do crédito total,
seguro e fundo de reserva. Os
participantes levam a carta de
crédito por sorteio ou quando
dão um lance superior às outras
tentativas. “Como o custo tende
a ser menor que o do financiamento,
juntar dinheiro para
um bom lance é interessante”,
afirma Torralvo. (ECL)
Texto Anterior: Contas para pegar a chave Índice
|