São Paulo, domingo, 03 de maio de 2009

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Primeira compra requer paciência e poupança

Sem estabilidade de renda, devem-se evitar financiamentos com prazos longos

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Para quem mira o primeiro imóvel, deixar-se levar pela ansiedade e comprá-lo assim que a renda começar a crescer não é a melhor estratégia.
Na opinião de especialistas em finanças, leva vantagem quem adia a compra para acumular o máximo de capital.
“Quem está no começo da vida profissional ainda enfrentará grandes mudanças na renda e nos custos”, diz o consultor financeiro Gustavo Cerbasi, 35.
Para o planejador financeiro pessoal Fabiano Calil, contrair uma dívida grande antes de ter estabilidade pode prejudicar a tomada de decisões pessoais e profissionais. “O financiamento faz com que 30% da receita do jovem vá embora ao fim do mês,o que o escraviza.”
Nessa fase, devem-se evitar prazos longos e juros acumulados, que podem prejudicar futuras aquisições. “A quitação rápida do primeiro imóvel permite que se pague a diferença para o segundo durante menos tempo, além de possibilitar que ele tenha um padrão superior”, acrescenta Ricardo Rocha, 47, professor de mercados financeiros do Ibmec São Paulo.
Enquanto mora na casa dos pais ou em imóvel alugado, o jovem deve deixar uma folga no orçamento para a poupança.
“Em vez de contrair financiamento de R$ 1.900 mensais, é preferível pagar aluguel de R$ 1.000 e guardar R$ 900 para dar entrada maior ou comprar”, sugere Caio Torralvo, 29, professor da FIA (Fundação Instituto de Administração).

FGTS vira aliado
Boas aplicações ajudam o volume a crescer. “Podem-se colocar os juros a seu favor poupando.
Depois de seis anos juntando dinheiro, faz-se uma compra que levaria 20 anos para ser financiada”, explica Calil.
Nessa fase, o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) é um aliado fundamental: pode ser sacado para pagar entrada no financiamento ou dar um lance em consórcio e dar conta de boa parcela da dívida.
No banco, a escolha do financiamento faz diferença no valor pago. Há dois tipos principais de amortização, a Tabela Price e o SAC (Sistema de Amortização Constante).
A primeira tem prestações de valor constante.
No SAC, as iniciais têm valor mais elevado do que as finais.
“Como no SAC amortiza-se mais no começo, incidem menos juros sobre o saldo devedor.
Isso é melhor que a Tabela Price”, indica Miguel de Oliveira, 44, vice-presidente da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).
No consórcio, cobram-se taxas de administração, geralmente de 18% do crédito total, seguro e fundo de reserva. Os participantes levam a carta de crédito por sorteio ou quando dão um lance superior às outras tentativas. “Como o custo tende a ser menor que o do financiamento, juntar dinheiro para um bom lance é interessante”, afirma Torralvo. (ECL)


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