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Fornecedores presenteiam arquitetos
Instituto brasileiro e conselho regional da classe condenam os profissionais que recebem bônus ao indicar loja
Para facilitar futuras reclamações, redija contrato que detalhe prazo, preço e forma de pagamento pelo serviço
DE SÃO PAULO
Ao escolher o arquiteto, é
preciso cuidado com uma
prática do mercado condenada por entidades da classe.
Muitos profissionais recebem de fornecedores porcentagens sobre compras, viagens ou presentes -e, assim,
podem restringir as opções
de seus clientes. Esses bônus
são conhecidos no meio como reserva técnica.
"É se corromper profissionalmente", diz Gilson Paranhos, presidente do IAB. "É o
mesmo que um médico indicar um remédio porque ganha do laboratório."
A comissão oferecida por
lojistas e prestadores de serviço a arquitetos e decoradores é de, em média, 10% sobre o gasto no estabelecimento, mas chega a 30%.
Muitas lojas oferecem um
cartão de fidelidade em que o
arquiteto acumula pontos e
ganha produtos e viagens.
Um exemplo é o programa
"Malas Prontas", da loja de
móveis planejados Bontempo, que já levou 250 profissionais para o Salão Internacional do Móvel de Milão.
Para se precaver contra cobranças indevidas, peça ao
arquiteto seus registros no
IAB e no Crea. "Há pessoas
conhecidas como arquitetas
que sequer têm curso superior", frisa Paranhos.
CARTÓRIO
Também é importante firmar com o profissional um
contrato bem detalhado, registrado em cartório, com
"prazo de conclusão, preço e
forma de pagamento e as
consequências de uma eventual rescisão, como uma multa", estipula Rosana Ferrari,
presidente do IAB-SP.
A bancária Marisa Mitiko
não incluiu uma cláusula
dessas no acordo e perdeu dinheiro ao romper com uma
decoradora. "Ela não fazia as
mudanças que eu pedia e
não cumpriu o prazo de entrega da proposta."
O IAB sugere uma tabela
de valores para os honorários
de execução, não obrigatória. "Ela é uma referência,
por exemplo, para processos
na Justiça", afirma Paranhos.
Prevê dois critérios de cobrança: uma fração -cerca
de 10%- sobre o custo da
obra ou um valor -média de
R$ 200 a R$ 500- por hora
técnica de trabalho (acompanhamento, execução e responsabilidade pela obra).
Essa responsabilidade inclui os registros do projeto e
de sua execução no Crea.
(RM)
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