São Paulo, domingo, 08 de dezembro de 2002

Texto Anterior | Índice

São Miguel Paulista carrega fardo das rotas de caminhões pesados

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Se o número de vias de acesso a São Miguel Paulista já é limitado, os moradores do distrito ainda têm de se espremer entre veículos pesados que passam pela região, com destino às rodovias Ayrton Senna e Dutra.
"Os caminhoneiros querem evitar o pedágio e a balança na estrada", diz Fátima Bandeira, 54, presidente do Conseg (Conselho Comunitário de Segurança) local.
De acordo com o coordenador do Plano Regional de São Miguel Paulista, Oswaldo Marsura dos Santos, 44, quem mais sofre com o intenso tráfego em vias importantes, como a av. Marechal Tito, é o centro comercial do distrito.
Uma solução para o problema poderia ser o prolongamento da avenida Jacu-Pêssego, que é paralela à linha ferroviária.
O adensamento da região também incomoda. Adalberto Dias de Sousa, 38, subprefeito de São Miguel, diz que, nas últimas décadas, o sistema viário não acompanhou o crescimento imobiliário.
E ele tem uma sugestão na ponta da língua: converter a linha de trem que corta o distrito em metrô de superfície. "É preciso também redimensionar as estações."
Mas o engarrafamento é apenas um dos problemas. Mário Alves Soares, 54, vice-presidente da Salve (Sociedade de Apoio à Liberdade, Vida e Esperança), por exemplo, conclui que a maioria das dificuldades de São Miguel Paulista decorre da exclusão social de parte de seus habitantes.
"O alto índice de desemprego leva as pessoas a buscar trabalho como ambulantes", explica. Esses camelôs se aglomeram em áreas de circulação e dificultam o fluxo de pedestres. "E assaltos são comuns em todos os horários."
Faltam ainda opções de lazer. "As crianças ficam nas ruas, não têm alternativas", alerta José Nario Pereira, 52, presidente da Sociedade Amigos do Jardim Lapenna, que reivindica quadras poliesportivas para os jovens.
Até a natureza conspira contra o distrito. Quando chove, transbordam córregos como o Itaqueruna. "A av. Marechal Tito "fecha" quando invadida pelo rio", diz Marta dos Reis, 43, presidente da Salve.

Participação
Mas, para o superintendente da distrital local da Associação Comercial de São Paulo, Luiz Abel da Rosa, 50, falta envolvimento da comunidade nas discussões. "As pessoas brigam, no máximo, por suas ruas ou vilas e não enxergam o distrito como um todo."
Para Rosa, o plano é complexo e requer especialistas em cada tema. "Além do mais, não é possível fazer um estudo sério em apenas uma hora de reunião." (EV)


Associações:
Amigos São Mateus, 0/xx/11/6115-4219; Associação Comercial São Miguel, 0/xx/11/6297-0063; Conseg São Mateus, 0/xx/11/6919-4499; Conseg São Miguel, 0/xx/11/9654-7999; Jd. Colonial, 0/xx/11/6115-0975; Jd. Lapenna, 0/xx/11/6956-3973; Jd. Vitória Régia, 0/xx/11/3071-4247; Panamby, 0/xx/11/3758-3401; Paraisópolis, 0/xx/11/3743-3204; Salve, 0/xx/11/6135-2985.


Texto Anterior: São Mateus ainda tem ruas de terra
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.