São Paulo, domingo, 09 de novembro de 2008

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O DONO DA ÁRVORE

Tipo de poda varia de acordo com a saúde da espécie

Copa grande perto de rede elétrica e ataque de pragas pedem mais corte

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Em alguns casos, a demora para a subprefeitura fazer a poda e o modo como é realizada desagradam aos moradores.
Muitos reclamam de cortes "radicais" -mas eles poderão ser necessários se a árvore estiver doente, por exemplo.
A presidente da associação dos moradores do Jardim Saúde (zona sul), Mílvia Aracaza, 49, mostra-se insatisfeita tanto com o tempo para a execução de podas na região como com seus resultados.
"Se alguém do bairro solicita uma poda, o retorno é sempre demorado", afirma Aracaza.
Mas ela observa que há uma razão para isso: o bairro é tombado. "Precisamos de autorização do Conpresp [Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo]", explica. "Pode levar mais de seis meses para que o serviço seja feito."
A presidente também reclama do tipo de corte. "Muitas vezes aparam demais a árvore, deixando só o tronco mesmo."

Recomendações
Para Paulo Takeo Sano, biólogo e professor do Instituto de Botânica da USP (Universidade de São Paulo), esse tipo de poda é aconselhado quando a árvore apresenta problemas como a broca ou o cupim.
"Algumas espécies que têm uma copa grande em contato com a fiação elétrica também podem ser mais podadas, para evitar visitas constantes àquele local", lembra.
No Itaim Bibi (zona oeste), a espera é de cerca de dois meses, de acordo com moradores -mesmo prazo estimado pela secretaria das subprefeituras.
"Aqui solicitamos mais o tratamento contra cupins. As podas também estão a contento", diz Marco Antônio Castello Branco, presidente da Associação dos Amigos do Itaim Bibi.
Na rua onde mora, uma árvore sofria com o ataque de cupins, mas foi recuperada pela subprefeitura de Pinheiros.

Centenárias
Muitos dos problemas envolvendo árvores, calçadas e fiação elétrica hoje acontecem porque, quando foram plantadas, o cenário urbanístico era outro.
"No início do século passado, não havia a preocupação com os fios elétricos ou com o tamanho da calçada", aponta a professora de arquitetura da Universidade Presbiteriana Mackenzie Maria Helena Vieira.
"Por isso há tantas árvores centenárias em locais inadequados para elas", completa.
Para o professor Takeo Sano, outro problema das árvores plantadas há muito tempo é sua falta de resistência.
"Muitas espécies têm a madeira leve e quebram com facilidade com uma chuva ou um vento mais forte", aponta.
(MARIANA DESIMONE)


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